Importação de armas dispara e é a maior em 25 anos

Grupo armamentista teme que novo governo volte a restringir o acesso no País

Boa parte do armamento liberado por Bolsonaro cai nas mãos do crime organizado – Imagem: Carolina Antunes/PR e Polícia Civil/RJ

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A importação de armas de fogo no Brasil, nos últimos dois meses, bateu recordes, de acordo com dados do Ministério da Economia. Entre julho e agosto, entraram em circulação no País 79.692 mil revólveres e pistolas. É o maior número de armas de fogo no Brasil nos últimos 25 anos. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.

O aumento da circulação de armamentos e munição está atrelada à flexibilização das regulamentações sobre o tema promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).  Para especialistas, os números podem estar relacionados com um receio de que, caso o ex-capitão não se reeleja, as normas que possibilitam a compra de dispositivos pelos CACs sejam revogadas. 

Entre os governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula (PT), entre 1998 e 2005, a média de importação de armamentos era de 3 mil dispositivos por ano. Entre 2006 e 2017, o volume alcançou 13 mil armas por ano. Somente em 2018, foram quase 30 mil importações. 

Apesar do crescimento constante ao longo dos 25 anos, no primeiro ano do mandato do atual presidente, em 2019, foram 54,6 mil pistolas e revólveres registrados. No ano seguinte, 105,9 mil e quase 120 mil em 2021. 

As características dos armamentos importados na gestão Bolsonaro também sofreram alterações. Em 2019, o governo federal passou a permitir que civis pudessem comprar calibres então de circulação proibida no País. 

De janeiro a agosto de 2022 já foram importadas 161.585 revólveres e pistolas. Esse é o maior número de importação desde 1997, conforme a plataforma Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 


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