Ibaneis pede ao STF revogação de afastamento do governo do DF

A defesa alega que resultado da perícia no celular do político aponta que ele 'não foi conivente' com os atos golpistas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), pediu na quinta-feira 9 que o Supremo Tribunal Federal revogue a decisão que determinou seu afastamento do cargo por 90 dias. 

A defesa do emedebista alega que as provas recolhidas pela Polícia Federal no celular do político indicam que ele “não se omitiu e, tampouco, foi conivente” com os atos golpistas praticados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, no dia 8 de janeiro. 

Segundo o pedido, a medida provisória que afasta o governador já não seria mais necessária, conforme o próprio relatório da Polícia Federal. 

“A partir das investigações preliminares realizadas pelo Interventor da área de Segurança Pública do Distrito Federal, o panorama processual que justificou a prisão preventiva do investigado não mais subsiste no atual momento, sendo possível conceder-lhe a liberdade provisória”, diz o documento produzido pelos investigadores. 

Sob o mesmo argumento, o ministro relator do caso no STF, Alexandre de Moraes, determinou a soltura do então comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira.

Na decisão sobre o coronel, o ministro entendeu que as “evidências indicam que o coronel perdeu a capacidade de liderar seus comandados diretos, uma vez que suas solicitações por reforço não foram consideradas nem atendidas prontamente”.


A defesa alega ainda que, se para o coronel, responsável diretamente pela segurança dos prédios, foram retiradas as medidas cautelares, para o governador deveria ser entendido da mesma forma. 

O documento da Polícia Federal sobre possíveis atos de omissão de Ibaneis apontou que não houve ato direto para mudar a postura das forças de segurança do DF durante os ataques. 

“Pela análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do Governo Federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão”, cita o documento. 

Ibaneis está afastado do cargo desde o dia 9 de janeiro, investigado por omissão e conivência com os golpistas. 

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