Política
Ibaneis admite preocupação com o 7 de Setembro: ‘Há muito medo do que pode acontecer’
Em 2022, segundo o governador do DF, o feriado da Independência ‘foi marcado por uma atuação política, não só uma atuação cívica’
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), admitiu nesta sexta-feira 1º haver um sentimento de “medo” em relação a eventuais manifestações no 7 de Setembro.
Em evento realizado em Washington, nos Estados Unidos, pelo Grupo Lide, Ibaneis mencionou os ataques golpistas de 8 de Janeiro, classificados por ele como “um gravíssimo incidente”. Ele também destacou o fato de muitas manifestações acontecerem em Brasília.
“Semana que vem vamos ter o 7 de Setembro e há uma preocupação para todos sobre o que vai acontecer, porque o 7 de Setembro passado foi marcado por uma atuação política, não só uma atuação cívica”, disse o governador, em referência indireta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Então, tem-se muito medo do que pode acontecer nesses eventos, e a gente tem de trabalhar de forma muito preparada com as nossas forças.”
Segundo Ibaneis, é necessário “um cuidado muito grande”, com uma integração entre a polícia do DF e as forças de segurança da Câmara, do Senado e do Judiciário, além da Força Nacional.
Na quinta-feira 31, o ministro de Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, enviou um ofício ao governo do Distrito Federal com um alerta sobre a possibilidade de manifestações bolsonaristas durante o 7 de Setembro. A governadora em exercício, Celina Leão (PP), assegurou que as forças do DF estão preparadas.
Após o comunicado de Dino, Leão determinou a criação de um Gabinete de Mobilização Institucional para organizar o esquema de segurança na Praça dos Três Poderes.
Nos últimos anos, Bolsonaro tentou se apropriar dos atos de 7 de Setembro com objetivos políticos.
Em 2021, ele chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de “canalha” e afirmou que o comando da Corte deveria enquadrá-lo, sob o risco de “esse Poder sofrer aquilo que não queremos”. No ano passado, Bicentenário da Independência, Bolsonaro foi formalmente acusado de usar o evento para “promoção abusiva e ilícita” de sua candidatura à Presidência. O caso está sob investigação no Tribunal Superior Eleitoral.
O governo Lula informou que o slogan da cerimônia oficial de Independência neste ano será “democracia, soberania e união”.
O desfile deve durar duas horas e terá, entre outras atrações, a passagem das tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além do show da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira.
São aguardados 200 convidados na tribuna de honra, entre ministros, chefes de Poderes e representantes das Forças Armadas. O governo espera um público de cerca de 30 mil pessoas na capital federal.
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