Política
Hugo Motta decide não pautar a urgência da anistia aos golpistas
A decisão ocorreu após reunião de líderes da Câmara. A definição da pauta será por consenso


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu nesta quinta-feira 24 não pautar para as próximas semanas o projeto de lei que anistia os golpistas de 8 de Janeiro. A decisão ocorreu após uma reunião de líderes partidários.
Sob protestos do PL de Jair Bolsonaro, Motta considerou que o texto não está suficientemente maduro para chegar diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões temáticas e pela Comissão de Constituição e Justiça.
O Centrão julga haver divergências entre o texto protocolado no sistema da Câmara e a versão apresentada aos líderes quando o cacique do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), recolhia assinaturas para o requerimento da urgência.
Segundo deputados presentes na reunião, o presidente da Câmara afirmou que a Casa tem outras prioridades à frente do PL da Anistia, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública, apresentada na tarde da quarta-feira 23.
Motta sinalizou que a pauta da Câmara não será definida por pressão de congressistas e que a decisão sairá por consenso. Por ora, somente PL (92 deputados) e o Novo (4 deputados) pressionam pela urgência da anistia.
Também na quarta-feira, Motta se reuniu com o presidente Lula (PT) e os líderes partidários na residência oficial do presidente da Câmara. A anistia aos golpistas não foi a pauta principal do jantar, mas foi citada pelo petista ao lembrar que nem todos os envolvidos no 8 de Janeiro já foram condenados e que uma diminuição de penas só deve partir do Supremo Tribunal Federal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.