Política

Homenagem ao MST na Câmara tem vaias a Salles e reclamação de bolsonaristas

A audiência homenageou os 40 anos do movimento. Deputados governistas saíram em defesa da luta de trabalhadores sem terra

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
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A Câmara promoveu, nesta quarta-feira 28, uma sessão solene pelo aniversário de 40 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.

Deputados da oposição geraram tumulto na audiência, entre eles o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), que foi à tribuna para alegar que, segundo a CPI do MST, não haveria “motivo para comemoração”. 

Apesar de propor na comissão o indiciamento de líderes do movimento, o relatório de Salles sequer foi votado.

Durante o pronunciamento do bolsonarista, integrantes do MST ficaram de costas, vaiaram e gritaram palavras de ordem como “golpistas, fascistas, não passarão”.

Em seguida, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), uma das representantes da base governista na CPI do MST, relembrou escândalos de Salles no Ministério do Meio Ambiente.

“Crime é exportar madeira ilegal, senhor Ricardo Salles. É tentar dar golpe de Estado como vocês tentaram em 8 de Janeiro e perderam”, reagiu a deputada. “A CPI não era um cenário fácil, eles tinham maioria. Era a extrema-direita no comando. Mas eles não tinham uma coisa: o poder e a força da classe trabalhadora organizada.”

A tensão aumentou quando o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) declarou que o movimento representa “40 anos de destruição”.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que presidiu a sessão solene, disse que nunca havia visto uma homenagem “ser desrespeitada por integrantes da Câmara”.

“Não estragarão a sessão. A palavra é oficial, foi do presidente Arthur Lira”, ressaltou a petista. “Respeitem a democracia, o regimento, e não agridam no plenário.”

A sessão solene foi requerida pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), e pelos deputados petistas Valmir Assunção (BA), Marcon (RS) e João Daniel (SE), além da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP).

O presidente Lula (PT) foi representado pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), e pela ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL).

Após a sessão, Salles e outros parlamentares da oposição divulgaram uma moção de repúdio à homenagem, por meio da qual acusam o MST de cometer crimes e invadir territórios.

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