Política
Haddad volta a pressionar por ‘asfixia financeira’ do crime e diz que é preciso chegar aos ‘CEOs’ das facções
Para o ministro, o governo e os órgãos de controle precisam fechar o cerco contra a estrutura financeira do crime
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pressionar por mais apoio a medidas do governo federal para asfixiar financeiramente as organizações criminosas. O ministro afirmou nesta sexta-feira 31 que é preciso chegar aos ‘CEOs’ das fações.
“Você vai na comunidade achando que está combatendo o crime organizado, mas o verdadeiro bandido está em outro País, usufruindo da riqueza acumulada ilicitamente. Precisamos atuar em todas as camadas do crime, não adianta só o ‘chão de fábrica’ do crime, precisamos chegar nos ‘CEOs’ do crime organizado“, disse.
As falas do ministro são após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho que resultou em mais de 120 mortos. O objetivo era conter o avanço da facção e cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão, sendo 30 expedidos pela Justiça do Pará.
O ministro defendeu o projeto de lei do Devedor Contumaz, que mira em empresas que usam a inadimplência fiscal como estratégia de negócio e deixam de pagar tributos de forma reiterada e sem justificativa. A matéria já recebeu aval no Senado e teve a urgência aprovada na Câmara dos Deputados.
“Uma boa parte do crime organizado, especificamente do Rio de Janeiro, está se escondendo por trás dessas estratégias jurídicas que a lei visa coibir”, afirmou. Na avaliação do ministro, o que está por trás de sonegador, muitas vezes, é o crime organizado.
Haddad criticou ainda a resistência do PL, partido de Castro, ao projeto. “Eu não consigo entender. Você tem uma lei que foi aprovada quase por unanimidade no Senado Federal. Nesta semana tão simbólica, justamente o partido do governador Cláudio Castro votou contra a urgência constitucional”.
Para o ministro, o governo e os órgãos de controle precisam fechar o cerco contra a estrutura financeira do crime. “Quanta vezes nós não já vimos operações como a dessa semana, que infelizmente leva a vida das pessoas, e em dois anos acontece outra. Nós não podemos nos orgulhar que a cada dois anos vamos conviver com cenas como essa, precisamos operar nos andares superiores do crime organizado”, completou.
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