A ida de Paulo Guedes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na tarde desta terça-feira 03, começou mal. A primeira parte de sua apresentação foi marcada por troca de farpas com a oposição.
Cobrado a dar explicações sobre a reforma da Previdência, o ministro da Economia se concentrou em defender o modelo de capitalização. Segundo ele, o atual modelo de repartição — em que os trabalhadores ativos financiam a aposentadoria dos inativos — é “um avião sem gasolina partindo para alto mar com várias bombas”.
Ele defendeu um modelo 100% financiado pelos trabalhadores, a exemplo do que acontece no Chile. Provocado por deputados que citaram a miséria dos aposentados no país, ele rebateu. “O Chile tem renda per capita de 26 mil dólares, A Venezuela deve estar melhor”. Foi um estopim para um bate-boca entre o ministro e os deputados do PT, PSOL e da oposição.
Em meio a gritos no plenário, Guedes continuou: “Falem mais alto, que eu não estou ouvindo”. Dirigindo-se diretamente ao deputado Henrique Fontana, disse: “Vossa excelência é que é o dono da verdade, não é?”
O clima só arrefeceu sob a intervenção do presidente da comissão, deputado Felipe Francishcini (PSL). “Eu vou pedir respeito nessa comissão, isso aqui não é briga de rua!”, disse.
Depois, o próprio Guedes pediu desculpas. “Eu cometi o erro de interagir, eu deveria ter falado. Por que, assim que eu interagi, vocês transformaram em outra coisa”.
Marcada inicialmente para a semana passada, a sessão foi remarcada porque Paulo Guedes não compareceu. Ele foi orientado a esperar a escolha do relator, o que facilitaria um clima mais favorável na casa.
Dessa vez, esteve blindado: o esquema montado por Francischini impediu os deputados de fazerem tréplicas e limitou as considerações mais longas aos autores do requerimento.
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