O grupo Prerrogativas foi ao Ministério Público Federal e ao Supremo Tribunal Federal solicitar que a recém-eleita para o Senado Damares Alves (Republicanos) seja investigada por declarações sobre estupro de menores.
Em discurso em templo evangélico no fim de semana, a ex-ministra afirmou que crianças foram traficadas da Ilha de Marajó (PA) e tiveram os dentes arrancados para “não morderem na hora do sexo oral”.
“Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro disse: ‘Nós vamos atrás de todas elas’. E o inferno se levantou contra esse homem”, disse Damares. O vídeo com a declaração viralizou nas redes sociais na segunda-feira 10, após ser publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL).
A bolsonarista ainda afirmou que o número de estupros de recém-nascidos teria crescido nos últimos anos e que seu Ministério tem “imagens de crianças de oito anos” sendo vítimas do crime.
Os advogados integrantes do grupo defendem que, se os fatos narrados são verdadeiros, Damares e Bolsonaro sejam convocados para explicar quais medidas foram tomadas.
Em caso de omissão do governo, o grupo pede que a ex-ministra e o ex-capitão sejam investigados por prevaricação.
Os advogados também apontam que as declarações da ex-ministra podem ser inverídicas, usadas de forma política para “alimentar discurso de ódio e tumultuar o processo eleitoral”. Neste caso, pedem que ela seja intimada para apresentar “provas do que alegou”.
O vídeo tem sido divulgado como material de campanha eleitoral contra o ex-presidente Lula nas redes sociais dos filhos de Bolsonaro, que tentam mostrar uma ligação entre o alegado pela ex-ministra e “resquícios de PT pelo Brasil”.
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