Política

Grito dos Excluídos pede democracia e impeachment; em SP, Bolsonaro é chamado de ‘ladrão de vacina’

Centenas de cidades brasileiras registraram manifestações contra o presidente neste 7 de Setembro; veja fotos e vídeos

Manifestação contra Jair Bolsonaro em São Paulo neste 7 de Setembro. Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
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A cidade de São Paulo registrou neste 7 de Setembro o Grito dos Excluídos, tradicional manifestação organizada por movimentos sociais e centrais sindicais. O ato foi realizado no Vale do Anhangabaú, região central da capital paulista.

Trata-se de uma resposta à manifestação bolsonarista que ocorreu na Avenida Paulista, no mesmo horário, e foi marcada por pautas antidemocráticas e ameaças do presidente Jair Bolsonaro ao Poder Judiciário, em especial ao Supremo Tribunal Federal.

Durante a preparação para o ato da oposição, o coordenador da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, lembrou que, pela primeira vez em 27 anos de existência, a luta pela manutenção da democracia é parte do Grito dos Excluídos.

“Historicamente, o Grito levanta temas como o desemprego, fome e exclusão social para as ruas. Desta vez, a questão da defesa da democracia se impôs. Não sair às ruas seria um acovardamento. No futuro, seremos lembrados como parte dos setores que atuaram para impedir um golpe”, disse.

Antes do ato, a CUT distribuiu alimentos como arroz, feijão, legumes, saladas e frutas, oriundos de agricultura familiar.

Entre as pautas do protesto estavam a aceleração da vacinação e o impeachment de Bolsonaro.

“Somos herdeiros de uma geração que deu a vida pela democracia. De uma geração que foi torturada, perseguida, censurada e assassinada. E nós não vamos entregar a nossa liberdade para eles. Não vamos desistir da nossa luta e nos nossos sonhos. Vamos até o fim”, disse o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, um dos responsáveis por discursar na manifestação. Ele também se referiu a Bolsonaro como “ladrão de vacina”.

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) também discursou. Ele afirmou que Bolsonaro “conseguiu dividir os brasileiros no dia da sua independência”.

Haddad declarou que ali estavam os defensores da democracia, enquanto os que ocupavam a Avenida Paulista defendiam a ditadura e o fascismo. “Depois de três anos de destruição dos empregos, da vida e da esperança, o que essas pessoas estão fazendo na Paulista? Por que não estão aqui com a gente?”, questionou.

Haddad acusou Bolsonaro de “defender a filharada” e afirmou que o dia de o presidente responder na Justiça “está chegando”.

Segundo a Polícia Militar, o ato no centro de São Paulo reuniu 15 mil pessoas.

Os organizadores projetavam manifestações contra o governo neste 7 de Setembro em pelo menos 191 cidades brasileiras e em outros 7 países.

Em Brasília, opositores se reuniram pela manhã na Torre de TV, na região central. Eles defendiam o impeachment de Bolsonaro e o respeito ao Estado Democrático de Direito.

No Rio, manifestantes discursaram nos carros de som estacionados na Avenida Presidente Vargas, região central da capital. Movimentos sociais e políticos se revezaram ao microfone e cobraram vacinação acelerada e respeito à democracia, além de criticarem o avanço da inflação.

Entre gritos de “fora, Bolsonaro”, o professor Tulio, vereador pelo PSOL, queixou-se do preço dos alimentos. “O peito de frango está 20 reais. É a política do ministro Paulo Guedes, da Economia. Queremos comida na mesa, vacina no braço, educação. Não queremos essa política liberal”, protestou.

Tatianny Araújo, do movimento Resistência Feminista, declarou que “nenhuma liberdade democrática vai cair”.

“Bolsonaristas movidos pelo dinheiro colocaram caminhões novinhos na Esplanada dos Ministérios para fazer fake news. Mas vamos resistir. 7  de Setembro é um dia nosso, do povo. Com máscaras, vamos resistir e gritar a palavra ‘democracia’”, disse ela.

Manifestantes também tiraram fotos ao lado de um boneco de Bolsonaro que trazia uma faixa com a palavra “genocida” no peito.

Veja, abaixo, fotos e vídeos das manifestações contra Bolsonaro no Brasil e no exterior:

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Ato anti-Bolsonaro em São Paulo (SP). Foto: Reprodução/Redes Sociais/MTST


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(Com informações da Agência Estado)

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