Política
Governo Tarcísio muda o nome de assentamento do MST de Che Guevara para Irmã Dulce
A medida foi oficializada em uma portaria; o movimento repudia a decisão e a classifica como autoritária
O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) alterou o nome de um assentamento de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra em Mirante do Paranapanema.
Em uma portaria publicada nesta terça-feira 26, a Fundação Instituto de Terras, vinculada à Secretaria da Agricultura e Abastecimento e responsável por planejar e executar as políticas agrária e fundiária do estado, determinou que o assentamento Che Guevara passe a se chamar Irmã Dulce.
O assentamento é o primeiro na região do Pontal do Paranapanema, uma ocupação datada de 1991.
“Considerando ser de notório conhecimento que a Sra. Maria Rita Sousa Brito Lopes Pontes, conhecida como Irmã Dulce, foi uma mulher que dedicou sua vida a obras de caridade, trabalhos sociais e assistência aos mais necessitados, sendo assim uma figura que tanto contribuiu com o país e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz”, justifica a portaria, assinada pelo diretor-executivo do Itesp, Lucas Bressanin.
Atividade de formação sobre a questão ambiental no assentamento Che Guevara. Foto: Diógenes Rabello
Em nota, o MST de São Paulo considerou a decisão “autoritária e antidemocrática”, além de, segundo o movimento, ter o objetivo de “descaracterizar o histórico da luta pela terra na região do Pontal do Paranapanema”.
“Queremos reafirmar a nossa disposição de luta. As famílias estão aqui todas indignadas, com disposição de lutar e resistir para que seja revogado esse decreto e que continue o assentamento com o nome escolhido pelas famílias assentadas no seu processo de luta pela terra”, disse o assentado Felinto Procópio, conhecido pela comunidade como Mineirinho.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.