Economia
Governo Lula recorre do afastamento do presidente do Conselho da Petrobras e nega conflito de interesses
A decisão judicial decorre de uma ação apresentada pelo deputado estadual Leonardo de Siqueira Lima (Novo-SP)


O governo Lula (PT) recorreu nesta sexta-feira 12 da decisão da Justiça Federal de São Paulo que afastou do cargo o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Pietro Mendes, por suposto conflito de interesses devido ao fato de ele também ser secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível do Ministério de Minas e Energia.
A decisão judicial decorre de uma ação apresentada pelo deputado estadual Leonardo de Siqueira Lima (Novo-SP). Ele também argumenta que a escolha de Mendes seria ilegal pela ausência de uma listra tríplice e por não ter havido a contratação de uma empresa especializada (“headhunter“) para a seleção.
A União, por sua vez, contesta os argumentos.
“Considerando que a atuação da Petrobras contempla a tutela de interesses públicos e a função ocupada pelo indicado, qual seja, secretário da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis junto ao Ministério de Minas e Energia é igualmente de ordem pública resta, portanto, afastada a incidência do conflito de interesse na forma disciplinada pela lei nº 12.813, de 2013″, diz um trecho do recurso.
A indicação de Mendes ao Conselho partiu do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
Na semana passada, o juiz federal Paulo Cezar Neves Junior, da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo, já havia afastado Sergio Machado Rezende do Conselho de Administração. O ex-ministro da Educação e de Ciência e Tecnologia foi indicado pelo presidente Lula em 2023.
A representação, também protocolada pelo deputado estadual do Novo, apontava um suposto descumprimento da quarentena exigida para a nomeação de ex-dirigentes sindicais a conselhos de estatais.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Pacheco defende permanência de Prates no comando da Petrobras
Por CartaCapital
Ministro diz que demissão de presidente da Petrobras é especulação
Por Agência Brasil
Ministro diz que demissão de presidente da Petrobras é especulação
Por Agência Brasil