Política
Governo Lula escolhe Ronald Sorriso para comandar a Secretaria Nacional de Juventude
Antes ligada a Damares Alves, a SNJ volta para o guarda-chuva da Presidência da República


O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Macedo, bateu o martelo nesta terça-feira 10 e escolheu o militante do PT Ronald Sorriso para comandar a Secretaria Nacional de Juventude.
A CartaCapital, Sorriso confirmou a informação e disse que a tarefa inicial da SNJ será resgatar programas que foram extintos ou tiveram o funcionamento prejudicado pelo governo de Jair Bolsonaro.
Para Sorriso, a secretaria deverá atuar “de forma itinerante”, responsável por promover um “intercâmbio” entre as juventudes do Brasil.
“A gente recebe uma SNJ completamente destruída, desfigurada e fora do lugar. A SNJ é vocacionada, uma espécie de gabinete intersetorial que consiga dialogar com todos os ministérios. Mas, à medida que foi posta no Ministério [da Mulher, da Família e] dos Direitos Humanos e atendeu à agenda conservadora que vigorou até o momento, ela foi se descaracterizando. Portanto, não cumpriu seu papel na luta pela emancipação e pelo bem-estar da juventude”, afirmou.
Sob Lula, a SNJ volta para o guarda-chuva da Presidência da República. Durante a gestão do ex-capitão, a secretaria esteve ligada à pasta comandada por Damares Alves e teve o Orçamento bruscamente reduzido, de acordo com a transição.
Sorriso é ex-secretário nacional de Juventude do PT e integrou o grupo técnico de transição da área. Natural de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, ele tem histórico de atuação em movimentos estudantis, como a União Nacional dos Estudantes, da qual foi vice-presidente entre 2013 e 2015.
Além dele, a ex-vice presidente da UNE Jessy Dayane, o advogado e gestor de políticas públicas do Rio Grande do Norte Gabriel Miranda e o atual presidente do Conselho Nacional de Juventude, Marcus Barão, foram indicados para a vaga.
Durante os trabalhos da transição, o GT de Juventude disse ter identificado o “enfraquecimento” da capacidade da SNJ de se articular com as demais políticas públicas e de diálogo com a sociedade civil. Constataram, ainda, a queda de quase 95% na execução orçamentária da pasta.
“Muitos programas voltados para a juventude foram esvaziados e desarticulados a partir de 2016, com especial ênfase no governo Bolsonaro. É o caso do Estação da Juventude, que foi sendo paulatinamente diminuído e desfigurado”, anotou a transição.
Os integrantes do GT sugeriram, no relatório enviado ao presidente Lula, a revogação de um decreto que acabou com o Programa de Fortalecimento da Autonomia Econômica e Social da Juventude Rural, que tem ações voltadas à garantia dos direitos dos jovens do campo.
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