Política

Governo Lula contrata advogados nos EUA para defender Brasil de taxas de Trump

Segundo a AGU, a equipe nos EUA vai atuar ‘administrativa e judicialmente em defesa do Estado brasileiro’

Governo Lula contrata advogados nos EUA para defender Brasil de taxas de Trump
Governo Lula contrata advogados nos EUA para defender Brasil de taxas de Trump
Lula e Donald Trump. Fotos: Ricardo Stuckert/PR e Jim Watson/AFP
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A Advocacia-Geral da União, o braço jurídico do governo Lula (PT), está finalizando a contratação de um escritório de advocacia nos Estados Unidos para defender o Brasil do tarifaço imposto por Donald Trump. A ideia é abrir uma nova frente contra as taxas na Justiça norte-americana.

Segundo a AGU, a equipe nos EUA vai atuar “administrativa e judicialmente em defesa do Estado brasileiro”. Além disso, o governo pode ainda tentar reverter judicialmente nos EUA a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

A principal tese contra as tarifas de Trump é que o argumento da reciprocidade não se sustenta, já que os EUA conta com um superávit na balança comercial, tanto de bens quanto de serviços.

As tarifas dos Estados Unidos de 50% entraram em vigor em 1º de agosto. A sobretaxa, porém, não se aplicará a diversos itens, como certos alimentos, celulose, produtos de energia e aviação civil, entre outros.

Além da via jurídica nos EUA, o governo brasileiro já acionou a Organização Mundial do Comércio para tentar fazer o governo Trump rever as medidas. O governo norte-americano chegou a aceitar o pedido do Brasil para consultas, mas reforçou que as decisões do governo Trump são “relativas à segurança nacional” e não podem ser revolvidas no órgão de comércio.

Esta etapa funciona como uma tentativa de mediação: o Brasil solicita explicações ao governo norte-americano e ambos os países têm prazo para buscar uma solução negociada. Caso não haja entendimento, Brasília poderá requerer a abertura de um painel na OMC, espécie de tribunal internacional responsável por avaliar possíveis violações às regras do comércio global e expedir medidas corretivas.

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