Política
Governo lança programa de combate à fome e Lula critica ‘irresponsabilidade’ de governantes sobre o tema
Serão dois programas voltados ao estímulo da produção de alimentos no País


O governo federal lançou, nesta quarta-feira 16, dois planos para incentivar a produção de alimentos e combater a fome no País: o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planaab) e o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). O lançamento aconteceu em evento em Brasília (DF) e contou com a participação do presidente Lula (PT).
Em meio ao Dia Mundial da Alimentação, o governo anunciou que o Planaab vai contar com 29 iniciativas e 92 ações estratégicas. O programa, que vai receber o nome de “Alimento no Prato”, prevê a ampliação de sacolões populares e centrais de abastecimento no País.
Segundo o governo, seis novas centrais serão instaladas no Ceará, na Bahia, no Rio Grande do Norte, em Sergipe e em São Paulo.
Ao apresentar o plano, Lula se disse “estarrecido” com o fato de que 733 milhões de pessoas passam fome no mundo, segundo o mais recente Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A gente fica estarrecido com o número de 733 milhões de seres humanos que vão dormir toda noite sem ter o que comer. É uma coisa inexplicável”, lamentou Lula. Ele também atribuiu a responsabilidade aos governos.
“A gente pode dizer que existe seca, que existe excesso de chuva, a gente pode dizer tudo o que nós quisermos. Mas a verdade é que a única explicação para a existência da fome é uma coisa chamada irresponsabilidade de quem governa os países, de quem governa os estados”, afirmou.
No anúncio de medidas locais, o governo indicou que o Alimento no Prato deve ser composto pelo programa Arroz da Gente, que visa ampliar a produção do grão e formar estoque.
Basicamente, os produtores vão poder assinar contratos de opção com o governo, que vai garantir a compra da produção em preço já estabelecido. Segundo o governo, o investimento será de cerca de 1 bilhão de reais para a compra de até 500 mil toneladas de arroz.
Já o Planapo deve servir para estimular a produção orgânica. O investimento total será de 9 bilhões de reais e deve ser dividido nos seguintes eixos:
- Produção;
- Construção de conhecimento e comunicação;
- Terra e território;
- Uso e conservação da agrobiodiversidade;
- Saúde e cuidados com a vida;
- Sociobiodiversidade.
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