Política
Governo federal publica regras para o alistamento militar feminino voluntário
Alistamento será voluntário e vai ocorrer de janeiro a junho do ano em que a candidata completar 18 anos


O governo federal publicou, nesta quarta-feira 28, no Diário Oficial da União, as novas regras para o alistamento militar feminino, regulamentadas por decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho.
Até agora, as mulheres só podiam ingressar nas Forças Armadas através dos cursos de formação de suboficiais e oficiais. Com a nova regulamentação, elas poderão se alistar voluntariamente a partir dos 18 anos, equiparando-se aos homens, que já tinham essa possibilidade, seja como convocados ou voluntários.
O decreto estabelece que o serviço militar feminino será destinado às mulheres que se apresentarem voluntariamente para o processo de recrutamento, que inclui as etapas de alistamento, seleção e incorporação.
O alistamento ocorrerá entre janeiro e junho do ano em que a voluntária completar 18 anos. A designação dos municípios onde o alistamento será realizado será definida anualmente, conforme o plano geral de convocação elaborado pelos comandos das Forças Armadas e aprovado pelo ministro da Defesa.
Segundo o decreto, a seleção das voluntárias seguirá os critérios estabelecidos pela legislação que regulamenta o serviço militar brasileiro, incluindo avaliações físicas, culturais, psicológicas e morais.
A seleção poderá ocorrer em várias etapas, incluindo a inspeção de saúde, que consiste em exames clínicos e laboratoriais para garantir que a candidata esteja apta a prestar o serviço militar inicial.
A incorporação das mulheres voluntárias seguirá as normas estabelecidas pelas leis que regem o serviço militar, o estatuto dos militares e a legislação sobre licenças para gestantes e adotantes.
O decreto também prevê que as mulheres voluntárias podem desistir do serviço militar inicial até o momento da incorporação oficial. Após esse ponto, o serviço se tornará obrigatório, e as militares estarão sujeitas às mesmas regras aplicáveis aos homens.
No entanto, as mulheres voluntárias não terão estabilidade no serviço militar e, após o desligamento do serviço ativo, integrarão a reserva não remunerada das Forças Armadas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Politização das Forças Armadas está superada e devemos virar a página, diz Barroso
Por CartaCapital
Por unanimidade, STF derruba tese que defendia o ‘poder moderador’ das Forças Armadas
Por CartaCapital
Exército abre inquérito contra militares que fizeram carta pró-golpe em 2022
Por CartaCapital
STF valida punições a militares previstas no regulamento do Exército
Por CartaCapital