Política

Governo estuda oferecer subsídio para a conta de luz, diz ministro

Segundo Alexandre Silveira, proposta prevê dirimir os impactos financeiros causados pela transição energética no valor da energia elétrica

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, durante painel no Fórum Econônimo Mundial em Davos na Suíça
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está estudando um modelo de subsídio para dirimir os impactos financeiros na conta de luz dos brasileiros causados pela transição energética. 

O plano foi anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira 17. 

“Não quero chamar de subsídio, eu quero chamar de como nós vamos financiar o impacto que a transição energética [terá] na conta [de luz], e como que nós vamos poder continuar a financiar de forma tal que nos abra espaço para continuar avançando na transição sem perder vigor na economia”, afirmou.

A declaração vem na esteira do afirmado pelo presidente, que critica a diferença entre os valores pagos pela energia pelas empresas e pelo consumidor comum. 

O ministro ainda ressaltou que o Brasil caminha para ser o “celeiro de descarbonização do planeta”, mas depende de recursos para estimular as fontes de energia renováveis sem afetar a economia brasileira com o aumento dos valores da energia elétrica. 

Como fonte de recursos para uma transição, o ministro aponta a exploração de petróleo, apontado pelos cientistas como combustível mais poluente do planeta. 

Para ele, a exploração de combustíveis fósseis na foz do rio Amazonas, ainda sob estudo de impactos ambientais, pode ser uma espécie de “hedge” na transição energética.

Apesar de alinhados durante o Fórum, o discurso de Alexandre Silveira se distancia das práticas defendidas pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. 

Enquanto o mundo caminha para o fim do uso e exploração de petróleo, Silveira enxerga no combustível fóssil um meio para se alcançar a transição energética. 

“Não há ninguém que possa bater o martelo em quanto tempo a transição energética se dará de forma efetiva. Quando eu vejo uma coisa mais contextual, aposto que o petróleo ainda vai ser uma fonte energética importante entre 20 e 30 anos”, disse. 

O ministro ainda aproveitou para criticar as propostas de privatização do setor, apontando considerar um risco à segurança energética. 

“Nada contra o lucro, mas o setor elétrico é como o setor de saúde, você não pode olhar para o setor elétrico com olhos exclusivamente de rentabilidade (…) a mão do Estado nesse setor tem que ser tão forte quanto é a mão do Estado na segurança, na saúde e na educação, que são constitucionalmente protegidos”, disse. 

Essa semana o ministro participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, onde reforça a intenção do governo federal de transformar o Brasil em uma potência dos combustíveis verdes. 

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