Política
Governo e PT propõem usar dinheiro de militares para combater o crime organizado
A sugestão consta de um projeto já aprovado pelo Senado para oferecer a militares um investimento fora do arcabouço fiscal
        
        O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), propõem destinar ao combate ao crime organizado uma fatia de 3 bilhões de reais da verba dos militares nos próximos anos.
No fim de outubro, o Senado aprovou um projeto de lei complementar que garante 30 bilhões de reais para projetos estratégicos da Defesa Nacional nos próximos seis anos. A proposta cria uma nova exceção ao arcabouço fiscal para acomodar investimentos das Forças Armadas: serão 5 bilhões de reais por ano fora do teto de gastos.
Para vigorar, esse projeto ainda precisa receber a aprovação da Câmara e, posteriormente, a sanção do presidente Lula (PT). Guimarães e Lindbergh apresentaram a sugestão na forma de uma emenda — uma proposta de modificação do texto.
Os deputados petistas defendem utilizar 10% dos 30 bilhões de reais “ao financiamento da Estratégia Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado”. Na justificativa, sustentam que os 3 bilhões seriam cruciais “para qualificar a atuação do governo federal e garantir recursos a diversas ações”.
O dinheiro se destinaria, segundo a dupla, a ações como o monitoramento de fronteiras, o combate ao crime organizado em portos e aeroportos, a integração dos sistemas de segurança pública e o investimento em tecnologia.
O relator da projeto na Câmara é Eduardo Pazuello (PL-RJ), general da reserva e ex-ministro da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
                                            PL aciona o Centrão para tentar emplacar Flávio Bolsonaro na presidência da CPI do Crime Organizado
Por Vinícius Nunes
                                            Marcos do Val interrompe licença médica para participar da CPI do Crime Organizado
Por Wendal Carmo
                                            Lula sanciona lei que endurece o combate ao crime organizado
Por CartaCapital
                                            


