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Governo e oposição venezuelana criam mecanismo para diálogo

Os dois lados estabelecem mesa de trabalho permanente, com mediação da Noruega

(Fotos: AFP) Juan Guaidó prestou juramento diante de manifestantes.
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O governo e a oposição da Venezuela concordaram em estabelecer uma mesa de trabalho permanente para buscar soluções para a crise política no país, informou nesta quinta-feira 11 o Ministério do Exterior da Noruega, país que atua como mediador entre as duas partes.

Os representantes do presidente Nicolás Maduro e do líder oposicionista e autoproclamado presidente interino Juan Guaidó encerraram três dias de negociações em Barbados. Os intermediadores noruegueses tentam desde maio negociar uma solução para crise.

“Desenvolveu-se uma intensa jornada de trabalho, com seis pontos de acordo com o governo da Noruega e a oposição”, disse Maduro, em pronunciamento transmitido em cadeia nacional, sem revelar quais seriam os temas em questão.

O Ministério norueguês do Exterior informou em nota a criação de uma “mesa que trabalhará de maneira contínua e diligente, com a finalidade de chegar a uma solução acordada”. “Está previsto que as partes realizem consultas para poder avançar nas negociações”, prossegue, sem, no entanto, informar as datas dos futuros encontros.

A ministra norueguesa, Ine Marie Eriksen Soereide, reconheceu e agradeceu os esforços e espírito de cooperação de ambas as partes. Os noruegueses pediram “máxima precaução nos comentários e declarações a respeito do processo”.

Segundo o negociador do governo venezuelano, Héctor Rodríguez, será um “caminho complexo”, podendo levar a um “acordo de convivência democrática” e de governabilidade, onde uma parte reconheça a outra. O representante de Guaidó, Stalin Gonzáles, declarou através do Twitter que os venezuelanos precisam de “respostas e resultados”, e que sua delegação “realizará consultas para avançar e pôr fim ao sofrimento”.

Guaidó defende que os diálogos levem à saída de Maduro e o estabelecimento de um governo de transição, para que sejam convocadas novas eleições. O oposicionista, reconhecido por dezenas de países como presidente interino da Venezuela, considera fraudulenta a reeleição do chavista em 2018. O governo venezuelano, contudo, nega que a discussão sobre novas eleições esteja em pauta.

Apesar da grave recessão, sanções internacionais e dos protestos em massa realizados no país, Maduro conseguiu se manter no poder com o apoio das Forças Armadas. Durante seu governo, iniciado em 2013, o país, que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo, caiu na pior crise econômica de sua história. Segundo a ONU, em torno de 4 milhões de cidadãos emigraram para outros países desde 2015.

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