Política

Governo cancela indicação de Roberto Dias para Anvisa após denúncia

Desistência da indicação foi formalizada no Diário Oficial da União

Governo cancela indicação de Roberto Dias para Anvisa após denúncia
Governo cancela indicação de Roberto Dias para Anvisa após denúncia
O Presidente Jair Bolsonaro Foto: Alan Santos/PR Presidente Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro pediu ao Senado Federal que seja retirada de tramitação a indicação de Roberto Ferreira Dias para o cargo de diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A desistência da indicação está formalizada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 27, e ocorre depois da divulgação de informações de que Ferreira Dias estaria envolvido em irregularidades no Ministério da Saúde.

Roberto Ferreira Dias é diretor do Departamento de Logística em Saúde da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. O nome dele para o cargo na Anvisa foi enviado aos parlamentares na semana passada. Ele ocuparia a vaga que será aberta em dezembro com o término do mandato de Alessandra Bastos Soares.

Conforme o Estadão informou na segunda-feira, Roberto Dias assinou um contrato de R$ 133,2 milhões do Ministério da Saúde que está sob suspeita de irregularidade e pode ser cancelado pela pasta. O ministério avalia abrir um procedimento interno para apurar a responsabilidade dos envolvidos no contrato.

Nomeado na gestão de Luiz Mandetta, por indicação do ex-deputado do DEM Abelardo Lupion, Dias assinou, em 21 de agosto, o contrato 250/2020 com a empresa Life Technologies Brasil Comércio e Indústria de Produtos para Biotecnologia Ltda, para a compra de 10 milhões de kits de materiais utilizados em testes de covid-19. A suspeita de irregularidade no contrato foi informada ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela Diretoria de Integridade do próprio Ministério da Saúde. O tribunal está acompanhando as negociações e execuções de contratos relacionados à pandemia.

Além dessa irregularidade, o relatório do TCU apontou ineficiência da pasta no planejamento e articulação com os Estados e municípios para levantamentos sobre a necessidade de testagem da população.

Ferreira Dias disse à reportagem que ele mesmo sugeriu, em 18 de setembro, a nulidade do contrato diante de “vícios” identificados. O contrato foi assinado cerca de um mês antes.

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