Parece que a ideia de colocar brasileiros para trabalhar no programa Médicos Para o Brasil, que foi criado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir o Mais Médicos, não deu muito certo. Isso porque, segundo informou o jornal El País, o governo encontrou dificuldades de encontrar profissionais brasileiros dispostos a trabalharem em municípios mais vulneráveis.
O Governo prepara um edital, que será lançado ainda em fevereiro, que prevê a readmissão de 1.800 profissionais com contrato de permanência de dois anos. Eles não precisarão ter feito o Revalida, exame que permite a validação no Brasil de diplomas obtidos no exterior.
Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, existem 757 vagas de médicos ociosas por conta da constante desistência de substitutos nos municípios mais pobres. O plano é que os cubanos preencham essas vagas e reforcem a rede de atenção básica nas cidades de extrema pobreza e de difícil acesso, que historicamente têm mais dificuldades para fixar médicos. Exatamente como previa o programa da ex-presidente Dilma Rousseff.
A diferença do programa anterior é que o contrato será feito diretamente com o profissional e não mais com Cuba. Os médicos cubanos atuavam no país por meio de um convênio com o país socialista intermediado pela Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), em que 70% da remuneração desses profissionais ia para o Governo da ilha e o restante ficava com os profissionais.
Outra exigência é que eles tenham permanecido no país até o dia primeiro de agosto de 2019, na condição de naturalizado, residente ou com pedido de refúgio. Essa data é referência porque é a data da Medida Provisória que criou o novo programa do Governo, Médicos para o Brasil.
O número de contratados dependerá da apresentação voluntária desses profissionais.
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