O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, afirmou nesta terça-feira que Jair Bolsonaro (PL) deixou uma quantia irrisória para o atendimento a desastres naturais em 2023. De acordo com o político, só 25 mil reais estavam separados pela gestão anterior para auxiliar as vítimas como as afetadas pelas chuvas deste final de semana em São Paulo. O valor, porém, foi recomposto pela nova gestão pela PEC da Transição.
“Não temos problemas de recursos orçamentários e nem financeiros. Para dar resposta a desastres, a previsão era de só R$ 25 mil, que estavam no orçamento de 2023. No entanto, a medida provisória corrigiu isso e temos recursos suficientes para o apoio”, relatou Goés ao site UOL nesta terça-feira.
O baixo volume de recursos já havia sido denunciado por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso. Em novembro do ano passado, o político já alertava para a falta de dinheiro para dar resposta a desastres neste ano. Naquela ocasião, Randolfe contou que as verbas que deveriam ser destinadas para obras de contenção e de encostas foram destinadas ao chamado Orçamento Secreto.
Antes mesmo de assumir, porém, o novo governo conseguiu negociar com o Congresso a aprovação da chamada PEC da Transição, que permitiu a reincorporação de recursos para investimentos nos ministérios. Goés, garante, portanto, que não faltarão verbas para atender aos necessitados na atual gestão.
Em entrevista ao site, o ministro disse ainda que a nova prioridade é conduzir obras de prevenção e assim evitar que novos desastres sejam registrados no País.
“Temos o levantamento de 14 mil pontos no Brasil com risco muito alto de deslizamento. Aproximadamente 4 milhões de pessoas vivem nessas regiões já mapeadas pelo governo. É fundamental haver continuidade em programas habitacionais de demanda dirigida. É uma alternativa que precisa ser constante”, explicou.
Chuvas
Nesta terça-feira, o último balanço divulgado pelo governo de São Paulo mostra que 44 pessoas morreram pelas chuvas no litoral norte do estado. Há 49 desaparecidos e mais de 2.500 tiveram que deixar suas casas. Os estragos nas estradas causam transtornos e dificultam a retirada de pessoas das áreas de risco.
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