O governo de santos do pau oco detonou na Semana Santa uma operação contra a criação de uma CPI do MEC, batalha política da vez em Brasília. A tentativa da oposição de vasculhar o Ministério da Educação nasceu graças à história daqueles pastores vendilhões de influência na pasta e encorpou com rolos noticiados depois. Jair Bolsonaro e o Centrão, ministro Ciro Nogueira à frente, não querem ser malhados feito Judas em Sábado de Aleluia. Seria ruim para as pretensões eleitorais e, claro, os negócios da turma. Na CPI da Covid, o Senado mostrou que o presidente e seus auxiliares podem até não acabar na cruz (a Procuradoria-Geral da República e a Câmara agiram feito Pilatos diante do relatório da comissão), mas estão ao alcance de chicotadas públicas.
Na quarta-feira 13, dia da conclusão desta reportagem, o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, tinha 26 das 27 assinaturas necessárias de colegas para entrar com o pedido de CPI. Reunira o número mínimo dias antes, mas o esforço ruiu, em razão de pressões comandadas por Nogueira, o chefe da Casa Civil de Bolsonaro. Três senadores inicialmente signatários recuaram, lacuna preenchida em parte por outros dois. “Por que esse desespero? Porque este é um escândalo que atinge o coração do governo. Não chega somente no presidente da República, chega nas principais estrelas do governo”, afirma Rodrigues, um dos articuladores de um jantar tido pelo ex-presidente Lula com senadores em meio à confusão, na segunda-feira 11.
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