Política

Governo anuncia concessão ao Grupo Pátria Investimentos no 1º leilão de rodovias

O Ministério dos Transportes concedeu um lote com sete trechos no Paraná

O ministro dos Transportes, Renan Filho. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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O consórcio Infraestrutura Brasil Holding XXI S.A., do Grupo Pátria Investimentos, venceu o primeiro leilão do governo Lula (PT), realizado nesta sexta-feira 25, na Bolsa de Valores, a B3, em São Paulo.

A empresa brasileira atua com gestão de ativos na América Latina há cerca de 30 anos e tem sede nas Ilhas Cayman. Por meio de um contrato de 30 anos, a companhia vai gerenciar um sistema de rodovias federais e estaduais do Paraná que totalizam 473 quilômetros de extensão.

O acordo prevê a responsabilidade do consórcio sobre sete trechos: BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427. A expectativa do governo é que o grupo invista 13,1 bilhões de reais em obras e custos operacionais. A maior parte das obras será de duplicações, impactando 344 quilômetros.

As outras intervenções esperadas são:

  • 210 quilômetros de terceiras faixas;
  • 32 quilômetros de novas vias marginais;
  • 44 quilômetros de novos acostamentos;
  • 27 quilômetros de ciclovias;
  • 79 obras de artes especiais, como pontes e viadutos;
  • 12 passarelas de pedestres;
  • 14 passagens de fauna;
  • 5 praças de pedágio.

Trecho da BR-277/PR. Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

Os investimentos devem afetar 18 municípios, que somam três milhões de habitantes. O governo espera a geração de quase 82 mil empregos diretos, indiretos e efeito-renda.

A empresa venceu a disputa ao oferecer desconto de 18,25% no valor da tarifa de pedágio a ser cobrada de quem trafegar pelas pistas do lote leiloado. A outra concorrente era o consórcio Infraestrutura PR, representada pela Nécton Investimentos, que apresentou um desconto de 8,3%.

Em entrevista a CartaCapital, a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, afirmou que a participação privada nos investimentos em infraestrutura supre uma insuficiência do orçamento público para esses empreendimentos, mas avaliou que concessões não podem ser confundidas com privatizações.

“Há uma dificuldade dos governos estadual e federal de fazer a infraestrutura no valor e no tempo que o Estado necessita, porque a gente tem restrições orçamentárias”, declarou.

De acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, a meta da pasta é concluir 35 leilões até o fim do governo, número superior aos seis realizados na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Antes do leilão desta sexta, a Agência Nacional de Transportes Terrestres já administrava 24 concessões.

O próximo leilão será em setembro, com um novo lote no Paraná, de 604 quilômetros.

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