Política

Governadores propõem renda básica para enfrentamento do coronavírus

Em carta, líderes estaduais pedem também que Bolsonaro cesse ataques e ‘some forças’ no combate ao coronavírus

Governadores se reuniram em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Os governadores brasileiros escreveram, na quarta-feira 25, uma nova carta de apelo ao presidente Jair Bolsonaro e ao governo federal em relação às medidas sociais, políticas e econômicas que o País deve tomar para enfrentar o coronavírus. O documento, elaborado em uma teleconferência em que todos estiveram presentes, enfatiza a necessidade de Bolsonaro “somar forças” aos líderes estaduais e dá sugestões ao poder executivo e ao Congresso de quais projetos podem ser mais benéficos para a população nesse momento – incluindo uma renda básica cidadã.

Até os governadores mais fiéis a Bolsonaro, como o coronel Marcos Rocha (PSL), de Rondônia, Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Antônio Denarium (PSL), de Roraima, assinaram a carta que pede maior serenidade ao presidente em tempos de ataques constantes às medidas adotadas pelos chefes estaduais. Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, foi o único a não assinar a carta.

A relação tumultuosa de Bolsonaro com seus governadores fez com que até antigos aliados, como Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, criticasse as falas do presidente – que desdenha da doença ao chamá-la de “gripezinha” e pede, sem recomendação científica, que as pessoas voltem aos trabalhos. Nesse imbróglio, os governadores reiteraram que vão se ater às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e aos profissionais da saúde dos respectivos estados.

O pacote econômico solicitado pelos governadores também foi detalhado no documento. Entre eles, estão pedidos de flexibilização e aumento na linha de crédito do estado com a União, apoio do governo federal para a compra de insumos de combate ao vírus “necessários à preparação de leitos, assistência da população e proteção dos profissionais de saúde” e, por parte do Congresso, a análise do Plano Mansueto, que revê a dívida pública dos estados e encontra formais mais sustentáveis de refinanciá-la.

“Consideramos que o Congresso Nacional deverá assumir o protagonismo em defesa do pacto federativo, conciliando os interesses dos entes da federação, compatibilizando ações e canalizando demandas de Estados e municípios.”, escrevem os governadores, antes de “rogarem” ao presidente para que some forças na crise gerada pela pandemia.

“Entendemos que este momento exige a participação de todos os poderes, de todas as instâncias federativas e de toda a sociedade. Juntos teremos mais força para superar esta grave crise.”, concluem. Leia a carta completa.

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