Política
Governadores ignoram decreto de Bolsonaro sobre reabertura de salões e academias
O presidente foi criticado por incluir essas atividades como essenciais no dia em que o Brasil bateu recordes de mortes pelo coronavírus
No dia em que o Brasil atingiu a marca de quase 12 mil mortos pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro publicou, nesta segunda-feira 11, um decreto classificando academias, salões de beleza e babearias como serviços essenciais. A medida, no entanto, será ignorada por alguns governadores.
O governador do Ceará, Camilo Santana, publicou em suas redes sociais dizendo que o ato em nada altera o atual decreto estadual em vigor no Ceará e citou a decisão do STF para justificar sua decisão. A Suprema Corte havia decidido no mês passado que cabo aos estados e municípios a decisão sobre isolamento social.
Informo que, apesar do presidente baixar decreto considerando salões de beleza, barbearias e academias de ginástica como serviços essenciais, esse ato em NADA ALTERA o atual decreto estadual em vigor no Ceará, e devem permanecer fechados. Entendimento do Supremo Tribunal Federal.
— Camilo Santana (@CamiloSantanaCE) May 12, 2020
Flávio Dino (PC do B), do Maranhão, disse que “nada muda até o dia 20”.
“Bolsonaro deveria estar preocupado com a atividade realmente essencial que cabe a ele cuidar, a de presidente da República, e passar a exercê-la com seriedade”, disse Dino. https://t.co/zG008mW1gp
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) May 12, 2020
Na Bahia, Rui Costa (PT) afirmou que vai ignorar as novas diretrizes do Governo Federal. “Manteremos nosso padrão de trabalho e responsabilidade. O objetivo é salvar vidas. Não iremos nos afastar disso”.
As nossas medidas restritivas serão mantidas respeitando critérios científicos reconhecidos mundialmente. A #Bahia vai ignorar as novas diretrizes do Governo Federal. Manteremos nosso padrão de trabalho e responsabilidade. O objetivo é salvar vidas. Não iremos nos afastar disso.
— Rui Costa (@costa_rui) May 11, 2020
O paraense Hélder Barbalho (MDB-PA) e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, também disseram que vão ignorar o decreto de Bolsonaro e seguirão com as suas políticas restritivas.
João Doria (PSDB), de São Paulo, e Wilson Witzel (PSC), do Rio de Janeiro, afirmaram que vão avaliar a situação, mas que decisão do STF deve prevalecer.
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