Política

Governador do ES desabafa: ‘Mortes por Covid são uma bomba atômica todo mês’

‘Essa realidade nos deixa angustiados, desesperados’, afirma Renato Casagrande (PSB) em entrevista a CartaCapital

Paciente com Covid-19 em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre (RS). Foto: SILVIO AVILA/AFP
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), lamentou nesta quarta-feira 3 os números da Covid-19 no Brasil. Em entrevista ao programa Direto da Redação, transmitido pelo canal?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> de CartaCapital no YouTube, ele também criticou a conduta do governo de Jair Bolsonaro em relação à compra de vacinas e a falta de um discurso unificado a favor de medidas de proteção.

“Nós estamos vivendo um momento em que parece que cai uma bomba atômica em uma cidade média do Brasil todo mês, que mata 50 mil pessoas. Essa realidade nos deixa angustiados, desesperados”, afirmou Casagrande. “A gente pensou que tivesse passado a pior fase, mas estamos vivendo a pior fase da pandemia no Brasil neste momento”.

Nesta quarta, o Brasil registrou um novo recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas: 1.910, segundo boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Com isso, o total de óbitos provocados pela doença desde o início da pandemia chegou a  259.271.

Entre terça e quarta, o País também confirmou 71.704 novos casos, levando o total oficial de infecções a 10.718.630.

Na terça-feira 2, Bolsonaro vetou o trecho de um projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional que autorizava estados e municípios a tomar atitudes para imunizar a população se houver omissão do Ministério da Saúde.

O veto de Bolsonaro, embora simbólico, não tem grande peso. Isso porque a maioria do Supremo Tribunal Federal assegurou, na semana passada, que governadores e prefeitos têm o direito de adquirir vacinas se o Plano Nacional de Imunização não se mostrar eficaz.

Também na terça-feira 2, a Câmara dos Deputados aprovou um novo projeto que permite a compra de vacinas por estados e municípios e pela iniciativa privada, desde que o imunizante tenha obtido autorização para uso emergencial ou registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Esse projeto de lei, já avalizado também pelo Senado, segue para sanção de Bolsonaro.

“Não estamos encontrando vacinas para comprar. Eu tenho dinheiro, tenho autorização do Supremo”,  disse Casagrande a CartaCapital.

O governador do Espírito Santo também responsabilizou a gestão Bolsonaro pelo lento processo de imunização. “Como o governo federal não fez contratos no passado com mais indústrias e mais laboratórios, hoje estamos com mais dificuldade em ganhar velocidade na vacinação dos brasileiros”.

Além disso, lembra Casagrande, a ausência de uma comunicação clara por parte dos governos municipais, estaduais e federal tem impacto negativo sobre o comportamento da população.

“O cidadão vê um governador pedindo para tomar cuidado, aí vê um presidente da República dizendo que não precisa usar máscara. Então fica uma confusão na cabeça do brasileiro”, criticou.

Assista à entrevista com Renato Casagrande:

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