Governador do DF quis encontro com Cachoeira

Relatório da Operação Monte Carlo da Polícia Federal indica que Agnelo Queiroz (PT) pediu reunião com bicheiro por meio de intermediário

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Segundo relatório da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, citado pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira 11, o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) pediu uma reunião com o empresário do jogo ilegal Carlinhos Cachoeira, apontado pela PF como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal.

O esquema de Cachoeira teria intenção de realizar negócios no governo do DF e a aproximação de Agnelo com o bicheiro, de acordo com a PF, estaria relacionada, entre outros motivos, a pagamentos do governo distrital a empresas do esquema, como a Delta Construções.

Gravação da PF de junho de 2011 mostra que João Carlos Feitosa Zunga, ex-subsecretário de Esportes e funcionário do governo distrital, procurou o sargento Idalberto Matias, o Dadá, aliado de Cachoeira, dizendo que Agnelo desejava falar com o bicheiro. “O Zunga me ligou aqui, está querendo falar com você, porque o chefe dele lá, o 01, está querendo…quer falar com você”, diz Dadá. “Vou falar com ele”, respondeu Cachoeira.

Segundo a PF, Agnelo era chamado de “01” pelo esquema.

O termo “01” aparece em outras gravações, entre elas uma conversa entre Dadá e Marcelo Lopes, ex-assessor especial da Casa Militar do governo Agnelo. A dupla cita uma pessoa não identificada nas investigações como a ligação com o governador. De acordo com o Estadão, ambos também mencionam, em outra conversa, que Cláudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste, tem contato direto no governo para “azeitar” os interesses da construtora em nomeações e liberação de pagamentos.

CPMI


Após o Conselho de Ética do Senado abrir na terça-feira 10 um processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de relações com os negócios ilegais de Cachoeira, os presidentes da Câmara e do Senado, o deputado Marco Maia (PT-RS) e o senador José Sarney (PMDB-AP) acertaram as bases para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com a participação de deputados e senadores.

A medida visa averiguar os laços de Cachoeira com parlamentares e autoridades.

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