Política
Golpista foragido é preso pela Polícia Federal ao retornar da Argentina
Operação faz parte de esforço internacional para localizar participantes do 8 de Janeiro que deixaram o Brasil
A Polícia Federal prendeu um dos golpistas condenados pelo 8 de Janeiro que havia fugido para a Argentina antes do julgamento. A prisão ocorreu na noite de sábado 9, em Cascavel (PR), quando o condenado retornou ao Brasil.
Em nota, a PF confirmou a prisão, mas não divulgou o nome do golpista preso. Segundo a CNN, porém, trata-se de Moacir José dos Santos, que foi condenado em outubro de 2023 a 17 anos de prisão por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Ele havia sido preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal dentro do Palácio do Planalto durante as depredações do 8 de Janeiro. A análise do conteúdo de seu celular, realizada pela PF, revelou que ele aderiu ao movimento extremista logo após a proclamação dos resultados das eleições de 2022.
O inquérito também destacou que ele possuía orientações detalhadas sobre como se proteger dos efeitos de gás lacrimogêneo e sobre quais vestimentas deveria usar durante os atos violentos.
Antes de ser condenado, porém, o golpista fugiu para a Argentina, onde se manteve escondido para evitar a execução da sentença. A operação para sua captura foi conduzida pelo Grupo de Capturas da Polícia Federal com o apoio da Guarda Municipal de Cascavel, segundo informa a PF em nota.
Além de Moacir, em uma ação paralela, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu outro foragido dos atos antidemocráticos, Rubem Abdalla Barroso Júnior, de 46 anos, em Rosário do Sul (RS). Abdalla, que estava escondido no Uruguai, foi detido ao retornar ao Brasil supostamente para comprar uma geladeira.
As prisões dos golpistas fazem parte de uma série de operações da PF em colaboração com autoridades de países vizinhos.
Em junho, o governo brasileiro recebeu uma lista da Argentina com aproximadamente 60 nomes de brasileiros procurados pela Justiça brasileira que haviam fugido para o país. Muitos deles entraram na Argentina clandestinamente, quebrando tornozeleiras eletrônicas para evitar rastreamento.
Após a recepção dessa lista, a PF iniciou a elaboração de pedidos de extradição.
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