Gleisi rebate bancada ruralista por críticas a Lula na COP: ‘Está agindo por motivação ideológica’

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a Frente Parlamentar da Agropecuária após o bloco ter apontado “gravidade” em um discurso do presidente Lula (PT) sobre o marco temporal, na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-28.

Durante o evento na Europa, Lula afirmou que a defesa ao marco temporal, pregado por ruralistas, significa “querer que uma raposa tome conta do nosso galinheiro”. O petista também demonstrou concordância com a decisão do Supremo Tribunal Federal de barrar a nova tese jurídica sobre a ocupação das terras indígenas.

Em nota, os ruralistas afirmaram que o discurso de Lula “criminaliza a representatividade máxima da população brasileira, os deputados federais e senadores” e que “aponta para a criminalização da produção rural no Brasil e para a fragilização de direitos constitucionais”.

A presidente do PT, em reação à nota dos ruralistas, citou ações do petista em prol dos produtores rurais e afirmou que o bloco “está agindo por motivação ideológica, sem pensar na sustentabilidade e na competitividade do nosso agronegócio”.

“Em nome de quem a Frente Parlamentar Agropecuária ataca @LulaOficial pelas posições que ele defendeu na COP 28? Em nome do Brasil e do sucesso do agronegócio é que não. Nenhum presidente fez mais pela expansão da agropecuária e sua sustentabilidade do que Lula, em seus 3 governos”, escreveu a deputada.

“Foi ele quem criou o Plano Safra, em 2003, que contribuiu para triplicar nossa produção, e este ano destinou o recorde de R$ 364 bilhões em financiamentos. Isso é 27% a mais que o Plano Safra de Bolsonaro. Foi Lula quem abriu mercados para as exportações do agro, no Oriente Médio, Ásia, África e Europa, enquanto Bolsonaro brigava com a China, nosso maior parceiro comercial. O Brasil está reabrindo as portas que ele fechou, com muito incentivo à sustentabilidade de nossa produção”, publicou Gleisi.

A parlamentar também defendeu a “preservação de territórios indígenas” e reforçou a oposição ao marco temporal, que foi vetado por Lula de forma integral.

“A preservação de territórios e direitos dos indígenas é parte essencial de nossa relação com um mundo cada vez mais exigente sobre a procedência de grãos e proteínas. Nossa oposição ao chamado “marco temporal” é conhecida há tempos, referencia-se na Constituição e foi confirmada em decisão do STF”, escreveu.

O Congresso Nacional tem a possibilidade de derrubar o veto ao marco temporal, que foi aprovado na Câmara e no Senado. A expectativa é de que a sessão para a votação sobre os vetos de Lula ocorra na quinta-feira 7.