Política

Gleisi diz não ter pedido o fim da Justiça Eleitoral: ‘Fui mal compreendida’

Uma declaração da presidenta do PT nesta semana gerou reação do presidente do TSE, Alexandre de Moraes

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou ter sido mal compreendida sobre uma declaração crítica à Justiça Eleitoral. O episódio gerou diversas reações, entre elas a do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

Ela voltou a comentar o tema durante um evento do partido no Recife (PE) nesta sexta-feira 22.

“Eu não pedi o fim da Justiça Eleitoral. Eu fui mal compreendida. Eu fiz uma crítica muito dura à Justiça Eleitoral, à equipe técnica da Justiça Eleitoral. Qualquer instituição é passível de sofrer crítica, é saudável. Não pode ficar a critica ácida apenas em cima dos partidos”, afirmou.

Em coletiva de imprensa na capital pernambucana, ela reforçou que o corpo técnico da Justiça Eleitoral “reiteradamente não se atém aos aspectos técnicos da prestação de contas, coloca à vontade, faz interpretações e fere jurisprudência”.

A líder petista ainda declarou que buscará Moraes para esclarecer sua manifestação e reafirmar críticas.

Na quarta-feira 20, a deputada classificou como “absurdo” o fato de o Brasil supostamente ser um dos únicos países a ter uma Corte específica para tratar das eleições.

A observação ocorreu durante uma sessão da comissão especial da PEC da Anistia, a proposta de emenda à Constituição que pode livrar os partidos de punições judiciais por repasse insuficiente de recursos a candidaturas de mulheres e de pessoas negras nas eleições de 2022.

Relatada por um deputado do PL, Antônio Carlos Rodrigues (SP), a PEC tem o apoio do PT. Na sessão da comissão especial, Gleisi disse que o TSE tem aplicado “multas inexequíveis” aos partidos, com valores que, segundo ela, inviabilizam a existência dessas legendas.

Em nota na quinta-feira 21, Alexandre de Moraes disse que “repudia afirmações errôneas e falsas realizadas no intuito de tentar impedir ou diminuir o necessário controle dos gastos de recursos públicos realizados pelos partidos políticos, em especial aqueles constitucional e legalmente destinados às candidaturas de mulheres e negros”.

O magistrado também escreveu que “lamentavelmente, a própria existência da Justiça Eleitoral foi contestada por presidente de partido político”. Além disso, afirmou que as declarações de Gleisi são “fruto do total desconhecimento sobre sua importância, estrutura, organização e funcionamento”.

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