Política
Gleisi critica PGR por sugerir audiência de conciliação com Gustavo Gayer: ‘indigno’
A ex-presidenta do PT entrou com uma ação no STF por injúria e difamação após o parlamentar disparar ofensas contra ela


A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu neste sábado 26 a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) propondo que seja realizada uma audiência de conciliação entra a ministra e o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO).
A ex-presidenta do PT entrou com uma ação no STF por injúria e difamação após o parlamentar usar suas redes sociais para perguntar ao líder da bancada petista na Casa, Lindbergh Farias (RJ), se ele aceita que Lula “ofereça” Gleisi, sua namorada, aos presidentes do Senado e da Câmara.
Para Gleisi, é “indigno” que a PGR recomende a audiência e rejeitou o diálogo com o bolsonarista. “Não há conciliação possível com quem violentamente ofendeu a mim e minha família, com ataques misóginos, machistas, que alcançaram outras pessoas”, disse.
A PGR justificou que o art. 520 do Código de Processo Penal prevê a tentativa de reconciliação antes do recebimento da queixa em crimes contra a honra.
Em sua manifestação no processo, a defesa de Gayer alega que o deputado não teve intenção de ofender a ex-presidenta do PT e que seria amparado pela imunidade parlamentar para realizar críticas à política.
Segundo os advogados, as falas seriam apenas “uma investida crítica, própria da arena política marcada por uma forte bipolaridade ideológica, como nos tempos atuais”.
Na sua queixa-crime, Gleisi pede que o bolsonarista seja condenado por difamação e injúria e pague uma reparação de 30 mil reais por danos morais. O relator do caso é o ministro Luiz Fux, que pode decidir individualmente ou submeter o tema ao plenário.
Além de Gleisi, Lindbergh entrou com duas ações na Justiça contra o deputado, uma no STF e outra na Procuradoria Geral da República. O PT, por sua vez, acionou o Conselho de Ética da Câmara para pedir a cassação de Gayer.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

PGR defende audiência de conciliação entre Gleisi Hoffmann e Gustavo Gayer
Por CartaCapital
Gayer pede que STF rejeite queixa-crime de Gleisi por injúria e difamação
Por CartaCapital