Economia
Gleisi atribui atraso na PEC da Transição a ‘falta de articulação’ no Senado
A proposta é a principal aposta do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva para viabilizar o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 em 2023


A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, atribuiu a demora na apresentação do texto da PEC da Transição a uma falta de articulação política no Senado. A declaração foi concedida nesta quinta-feira 24 a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, onde integrantes do governo de transição assistiram ao jogo do Brasil contra a Sérvia.
“Está faltando articulação política no Senado, por isso que eu acho que nós travamos na PEC. A forma como foi iniciado o processo, sem falar ou sem formatar uma base mais forte de governo”, pontuou. “Eu acho que foi a forma como iniciou, talvez não tenha sido conversado com todos os líderes, com todas as bancadas. Isso acabou chateando o pessoal, acho que política também a gente faz conversando.”
A proposta é a principal aposta do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para viabilizar o pagamento do Bolsa Família de 600 reais em 2023. O texto da PEC, no entanto, enfrenta resistência de parlamentares em relação ao teto de gastos, regra fiscal que limita os gastos públicos à inflação do ano anterior.
A redação apresentada propôs que o valor fora do teto em 2023 chegaria a 198 milhões de reais. Além disso, previa que as despesas do Bolsa Família não ficassem atreladas à regra por tempo indeterminado.
Mesmo com as resistências, Gleisi disse estar confiante no avanço da proposta e não descartou a possibilidade de o governo eleito buscar alternativas para garantir o pagamento do benefício.
“Eu aposto muito na solução política. Como disse o presidente [eleito], o Congresso Nacional tem responsabilidade para com o País, para com o povo brasileiro”, declarou. “Nós estamos colocando na PEC exatamente aquilo que foi aprovado pela população brasileira nas eleições presidenciais. Acho que a Casa tem ressonância em relação a isso. Vamos apostar [na PEC]. Obviamente que se isso não for possível, vamos ter que buscar outras saídas.”
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