Política

Glauber Braga lança pré-candidatura ao Planalto; presidente do PSOL vê momento ‘inoportuno’

Para Juliano Medeiros, a hora é ‘de lutar pela unidade das esquerdas e por um programa anti-neoliberal para 2022’

O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ). Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Glauber Braga confirmou nesta segunda-feira 10 que se lançará pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, uma decisão anunciada pelas redes sociais e que já foi alvo de manifestações contrárias na sigla, inclusive do presidente nacional, Juliano Medeiros.

Em uma transmissão ao vivo pelo Twitter, Braga afirmou que “topou o desafio” de apresentar “um programa não-sectário mas com radicalidade política” na esquerda sem a presença de nomes como Rodrigo Maia (DEM-RJ), João Doria (PSDB), Sergio Moro e o empresário Jorge Paulo Lemann – membros, segundo o deputado, da “turma da direita liberal que se fantasia de centro mas que vota junto com Bolsonaro tanto quanto a extrema-direita”.

Alguns dos nomes citados são atrelados aos esforços de uma união contra o bolsonarismo. Entre os defensores de uma ampla aliança estão o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), o apresentador Luciano Huck e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), visto como possível alternativa tucana ao nome de Doria.

Glauber Braga defende que apresentar a pré-candidatura desde já é importante para “não terceirizar todas as expectativas para o ano de 2022” e nega que o movimento mine as estratégias de união da esquerda. “Dá para construir uma plataforma comum? Vamos tentar, vamos buscar. Mas a construção de uma plataforma [como essa] tem que estabelecer limites evidentes”, argumentou no vídeo.

Um manifesto com mil assinaturas de apoio ao nome de Glauber Braga, parte delas de militantes e deputados do PSOL, será publicado às 19h. A expectativa é de que o debate se prolongue até o Congresso Nacional da sigla, a ser realizado em setembro.

Neste momento, o nome do deputado não é endossado por todo o partido. O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, classificou o momento como “inoportuno” para lançar o debate sobre a pré-candidatura. “É hora de lutar pela unidade das esquerdas e por um programa anti-neoliberal para 2022. Essa é nossa prioridade”, escreveu nas redes.

“Obviamente, é direito de todo filiado ou filiada manifestar suas opiniões sobre qualquer tema que diga respeito ao partido. Mas, como presidente, me oriento pelas posições oficiais do PSOL”, continuou em outra resposta, citando o mais recente direcionamento do partido, articulado no dia 14 de março.

No posicionamento, não há menção à necessidade de definir um nome para a corrida eleitoral do ano que vem, tema que ficou limitado às discussões no Congresso do partido. Há, porém, uma menção à volta do ex-presidente Lula ao xadrez político, o que poderia gerar uma “uma maior pressão de parte da base social progressista pela unidade”, diz o texto.

“É preciso dialogar com esse sentimento, embora consideremos que nesse momento o mais importante – e o que fortalece nosso projeto estratégico de uma esquerda radical e socialista – é a defesa de uma frente de ação conjunta com os partidos de esquerda contra Bolsonaro. É a partir dela que podemos construir as bases para uma alternativa ao bolsonarismo em 2022”, concluem.

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