Política

Gilmar Mendes afirma que Bolsonaro se beneficiou das fake news na eleição

O ministro do STF defendeu a criação de órgão contra as informações falsas no âmbito do Congresso, mas sinalizou que governo não deve apoiar

Gilmar Mendes afirma que Bolsonaro se beneficiou das fake news na eleição
Gilmar Mendes afirma que Bolsonaro se beneficiou das fake news na eleição
O ministro Gilmar Mendes. Foto: Nelson Jr./SCO/STF
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, defendeu a criação de uma agência reguladora contra as fake news e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro se beneficia do esquema desde a época das eleições.

“Talvez devêssemos discutir a alternativa de termos esse órgão no âmbito do Congresso Nacional. No atual momento, certamente o governo, que foi de certa forma foi beneficiário no processo eleitoral e tem sido beneficiário mais ou menos desse uso descontrolado das informações na internet, talvez não apoiasse uma agência, qualquer que fosse seu papel, ou talvez levasse uma ação a boicotar essa agência”, afirmou o ministro, durante seminário sobre “Liberdades Comunicativas em Tempo de Crise”.

De acordo com Mendes, uma medida de autoregulação das empresas de internet já não é mais suficiente. “Precisaríamos ter talvez algum tipo de supervisão e monitoramento. O Brasil é valioso para esses provedores”, disse, ao mesmo tempo tempo que reconheceu dificuldades para a medida. “Primeiro, tem que ser um afazer contido, em que se faz algum tipo de checagem ou verificação”.

O ministro ainda associou a postura de Bolsonaro de convocar seus apoiadores a invadirem hospitais à cultura da disseminação de informações falsas e afirmou que a conduta gera “tumulto” e “algo destrutivo”.

“Veja como isso é perigoso e leva à distorção. A partir de uma informação mal estruturada, que se aproxima muito de uma fake news, nós produzimos um tumulto e ao mesmo tempo algo destrutivo”, declarou. “Nós vimos qual foi o resultado, brigadas de seguidores do partido do governo foram a hospitais fazendo esse tipo de verificação”, acrescentou.

O ministro emendou  ser preciso buscar meios de “responsabilizar essas pessoas e, na medida do possível os órgãos, os provedores”.

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