Política

Gilberto Carvalho defende “radicalização da democracia”

Braço direito de Lula participou de evento realizado pela prefeitura de São Bernardo do Campo em que defendeu a ampliação de mecanismos de participação popular

Carvalho em imagem de 2014
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Ex-ministro do governo Lula, Gilberto Carvalho avalia que é preciso que o Partido dos Trabalhadores reconheça certos erros para que possa sobreviver à crise política. Sobre a gestão do petista, diz que ela foi feliz na inclusão econômica das pessoas, “mas não conseguimos trabalhar valores, a solidariedade, a fraternidade e as formas novas anticapitalistas de se viver”, afirmou para o público no seminário “Participação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades do Século XXI”, realizado na sexta-feira 28 pela prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).

Braço-direito do ex-presidente, ele reclamou que o povo seja usado como “massa de manobra do projeto reacionário” por ter não conseguido emancipar-se culturalmente e intelectualmente.  “Não podemos nos conformar que essa gente seja hegemonizada hoje por atitudes de ódio, egoísmo e uma cultura que infelizmente nos faltou trabalhar nos últimos anos”, completou.

“Essa derrota é importante e hoje se torna aguda na crise que estamos vivendo”, prosseguiu o político que também defendeu a necessidade de uma “radicalização da democracia” e ampliação de mecanismos de participação popular. O ex-ministro já havia manifestado interesse de que o partido reconhecesse certos erros para que possa se fortalecer diante a crise política.

Atual presidente do conselho nacional do Sesi, Carvalho é uma das lideranças cotadas para viajar pelo Brasil defendendo o projeto petista nas ruas, sobretudo em municípios com mais de 100 mil habitantes. A decisão foi anunciada na última quinta-feira (27/08) após encontro em São Paulo com outros representantes da sigla. 

Antonio Bonfatti

Durante a mesa redonda “Participação Cidadã, cidades e insurgências urbanas”, o governador da província de Santa Fé, na Argentina, Antonio Bonfatti defendeu a instalação de assembleias populares como mecanismo de participação direta do povo nas decisões e cobrança do poder público.

O argentino lembrou que desde 2008 representantes da sociedade civil, como líderes sindicais, patronais e de associações, se unem a cada três meses para debater ações de interesse mútuo patrocinadas pelo Estado. “A participação melhora o espaço público e melhora a crise de representatividade”.  

Para o político, que pediu o “protagonismo da sociedade”, a interação proporcionada pelas assembleias são eficazes para “inclusão social, uma sociedade integrada e uma economia anticíclica”.

Docente da Universidade Federal do ABC (UFABC), Jeroen Klink lembrou que as cidades são locais de disputas, mas que são “um espaço de esperança, articulação e reflexão” propícios para melhorias sociais. O redator-chefe da CartaCapital, Sérgio Lírio, também participou da discussão e considerou que “o movimento e ideias progressistas precisam tomar coragem” ainda mais no atual cenário.

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