Política
General do Exército não concordou com tentativa de golpe bolsonarista, diz site
Delação de Mauro Cid aponta que Bolsonaro se reuniu com o Alto Comando das Forças Armadas para discutir intervenção militar
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, assegurou que seu antecessor, o general Marco Antônio Freire Gomes, não concordou com “nenhuma aventura” envolvendo a tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é da jornalista Andrea Sadi, da Globo.
À Polícia Federal, o ex-ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro (PL) afirmou em delação premiada que ex-presidente teria se reunido com o Alto Comando das Forças Armadas para discutir minuta golpista que previa golpe militar.
Cid afirmou que o “então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria dito a Bolsonaro que sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente”.
Já o comando do Exército afirmou que não embarcaria no plano golpista.
Conforme apuração do Valor Econômico, o general Gomes teria ameaçado Bolsonaro: “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”.
Tomás Paiva ainda afirmou que aguarda os desdobramentos da delação para dar prosseguimento a medidas administrativas contra os militares envolvidos.
Ele defende que as condutas sejam individualizadas e apuradas para que a corporação, como um todo, não seja penalizada pelos erros de alguns.
A declaração do general coaduna com a fala do ministro da Defesa, José Múcio, nesta quinta-feira 21.
“Nós desejamos muito que tudo seja absolutamente esclarecido. Precisamos desses nomes. Evidentemente que constrange esse ambiente que a gente vive, essa áurea de suspeição coletiva nos incomoda. Mas essas declarações, essas coisas que saíram hoje, são relativas ao governo passado, a comandantes do passado, não mexe com ninguém que está na ativa”, afirmou Múcio.
O ministro ainda disse saber de possível “inclinação golpista” do almirante Garnier.
“É uma coisa pessoal. Sabia, mas ele passou. Olha, ele não me recebeu para conversar, depois, nós nos encontramos, eu conversei. Mas era uma posição pessoal, havia um presidente eleito, havia um presidente empossado, a justiça promulgou, de maneira que nós estávamos 100% do lado da lei, e ele não”.
A PF investiga se a minuta discutida por Bolsonaro com os comandantes seria a mesma encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que sugeria a convocação de uma nova eleição e até a prisão de adversários por supostas irregularidades.
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