Na política real, quem um dia foi rei pode, sim, perder a majestade. Fundado há 35 anos e um dos mais importantes partidos brasileiros durante a década de 1990 e o início deste século, “pai” do Plano Real que domou o monstro da inflação no Brasil e ocupante da Presidência da República por oito anos após duas vitórias consagradoras nas urnas, o PSDB aproxima-se de sua 16ª Convenção Nacional mergulhado em crise e diante de um processo de derretimento que aparenta ser irreversível. Hoje com apenas dois senadores e 14 deputados, a legenda sofre morte lenta, mas recebeu o beijo da dita-cuja em 2018, ao não lançar candidato a presidente e perder seu principal bastião político por três décadas: o governo de São Paulo.
O encolhimento parlamentar observa-se desde que o ex-governador de Minas Gerais e então presidenciável Aécio Neves, hoje deputado federal, questionou o resultado das eleições de 2014, nas quais foi derrotado pela petista Dilma Rousseff. A retração estendeu-se às prefeituras paulistas assim que os tucanos deixaram de ser inquilinos do Palácio dos Bandeirantes. A debandada é impressionante. Dos 240 prefeitos eleitos no estado em 2020, hoje restam no partido apenas 42. Em nível nacional, o encolhimento é menos severo, mas também notável: foram 512 prefeitos eleitos em todo o Brasil há três anos, quase a metade dos 991 prefeitos eleitos em 2000.
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