Política

Gastos com cartão corporativo de Bolsonaro batem recorde em ano eleitoral

Valor médio de despesas do ex-capitão alcançou o patamar de 1,2 milhão mensal

O presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Gregg Newton/AFP
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Os gastos com o cartão corporativo do presidente Jair Bolsonaro (PL) aumentaram às vésperas da eleição e atingiram o valor de 1,2 milhão por mês. Desde 2019, as faturas mensais têm ficado cada vez mais altas.  O levantamento foi feito pela Folha de S. Paulo, usando como base os dados do Portal da Transparência. Os valores foram corrigidos pela inflação do período. 

A fatura média do cartão presidencial subiu de 736,6 mil por mês no primeiro ano de mandato para 1,2 milhão entre janeiro a maio de 2022, período de intensificação da agenda eleitoral de Bolsonaro, que busca a reeleição. 

Com o aumento, o ex-capitão bateu recorde em relação aos gastos dos ex-presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff. Em período de pré-campanha, em 2014, a petista gastou em média 960 mil reais mensais. Já seu sucessor, que chegou a ser pré-candidato em um breve período, registrou 560 mil reais de fatura média mensal. 

Os gastos não podem ser comparados com aqueles despendidos pelo governo Lula, já que após a gestão do ex-presidente houve mudança nas regras de uso do cartão corporativo. 

O ex-capitão ainda prometeu que divulgaria as faturas gastas com os cartões durante seu governo, mas isso nunca aconteceu.

No levantamento é possível analisar que houve uma aceleração dos gastos no cartão a partir do segundo semestre de 2021, quando o valor das faturas supera 1 milhão por mês. 

Foi nesse período que a agenda presidencial se intensificou com o objetivo de apresentar os resultados da gestão, tendo o presidente ficado 41 dias fora de Brasília.

Apesar de se ter a informação sobre os valores gastos, o detalhamento das despesas realizadas com os cartões corporativos não é possível, dado que há sigilo sobre a maioria dos gastos. Segundo a informação, o detalhamento das faturas poderiam colocar o chefe do Executivo em risco. 

A alta dos gastos nos cartões corporativos é alvo de uma investigação no Tribunal de Contas da União. 

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