Política

Garotinho será pré-candidato ao governo do Rio com a bênção de Bivar, diz presidente estadual do União Brasil

Com a pré-candidatura, União Brasil desembarcaria formalmente do governo de Cláudio Castro, onde acumula cargos

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (União) acertou a sua pré-candidatura ao Executivo fluminense nas eleições deste ano. Ele vai oficializar a intenção de disputar o governo em uma live publicada nas suas redes sociais, na tarde desta quarta-feira. De acordo com o presidente estadual do União Brasil, Wagner dos Santos, o Waguinho, Garotinho acertou a pré-candidatura com Luciano Bivar, que pretende concorrer à presidência da República e quer ter um palanque do União no Rio.

A Comissão Instituidora do partido ainda vai debater e votar a pré-candidatura. No entanto, Garotinho já está autorizado a falar como pré-candidato do partido ao cargo.

Com a confirmação da pré-candidatura, o União Brasil desembarcaria formalmente do governo de Cláudio Castro, onde acumula cargos, mas sempre houve reclamações de dirigentes do partido por acordos não cumpridos. Questionado sobre a hipótese de a pré-candidatura funcionar como uma espécie de “instrumento de pressão” para conseguir espaço em um eventual próximo governo de Castro, Waguinho descartou a hipótese.

— O Garotinho pediu para ser candidato e o presidente nacional do União Brasil, que é o Bivar, é simpático à ideia, já que pretende se candidatar à presidência. Este partido não depende de ninguém, não teria motivos de lançar uma pré-candidatura para exercer pressão sobre quem fosse. O que temos desse governo (de Castro) são acordos que não foram cumpridos e Garotinho tem as bênçãos do Bivar — disse Waguinho.

De acordo com lideranças do partido, a pré-candidatura de Garotinho resolveria outros problemas internos: Clarissa Garotinho, filha do ex-governador, seria candidata à Câmara dos Deputados. Antes, dirigentes do União debatiam se ela e o pai deveriam concorrer ao mesmo cargo, concomitantemente. Além disso, a saída da coligação encabeçada por Castro botaria fim no constrangimento gerado pelo apoio de caciques do União à pré-candidatura ao Senado de André Ceciliano (PT), e não à de Romário (PL).

O nome de Garotinho ao governo não é unanimidade no partido. Pesam contra o ex-governador duas condenações em segunda instância, por improbidade administrativa e cooptação de votos, que o tornam inelegível. Na esfera eleitoral, Garotinho se ampara em um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na Justiça comum, a aposta é que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheça a retroatividade de mudanças recentes na lei de improbidade, o que faria sua condenação prescrever.

Por isso, ainda há uma ala do União Brasil que defende que Garotinho seja candidato à Câmara dos Deputados — caso esteja elegível — que Clarissa tente voltar à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Garotinho sempre se mostrou incomodado com o espaço dado ao ex-secretário de Governo de Castro Rodrigo Bacellar (Solidariedade), de quem é adversário político no Norte Fluminense, e ameaçava lançar candidatura própria para o Palácio Guanabara, com o objetivo de dividir os votos de Castro na região.

Segundo lideranças do partido, o União esperava ter controle total sobre as indicações de cargos para a Secretaria de Transportes. No entanto, recebeu apenas uma subsecretaria, além do direito à nomeação do titular da pasta. Ao anunciar apoio ao governador, a legenda também teria pleiteado o comando da Secretaria de Meio Ambiente e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que não foi concedido. Das duas diretorias do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) prometidas, apenas uma foi dada ao novo partido.

Os espaços mais generosos ocupados pelo PP, na Secretaria de Saúde, e pelo PL, que comanda as indicações na Educação, também eram motivos de queixas. Integrantes da sigla calculam que em torno de R$ 100 milhões do fundo partidário serão destinados para o diretório do Rio.

Partido que terá a maior fatia de recursos públicos para investir nas eleições de 2022 — quase R$ 1 bilhão dos fundos eleitoral e partidário — o União Brasil pretende eleger 12 parlamentares para a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e dez candidatos do Rio para a Câmara dos deputados, em Brasília. Cada deputado com mandato em curso deve receber algo em torno de R$ 2,5 milhões para a sua campanha.

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