Política

Galípolo elogia ‘agilidade’ de Haddad em recuo das medidas do IOF

O chefe do BC disse ainda não nutrir ‘muita simpatia’ pelas medidas

Galípolo elogia ‘agilidade’ de Haddad em recuo das medidas do IOF
Galípolo elogia ‘agilidade’ de Haddad em recuo das medidas do IOF
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central. Foto: Raphael Ribeiro/Divulgação/BCB
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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu nesta sexta-feira 23 a ‘agilidade’ do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em suspender parte das medidas sobre o Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF.

“Todo mundo precisa louvar e reconhecer que o ministro, em poucas horas, suprimiu a medida, antes mesmo do mercado abrir, após ouvir a sociedade. Cabe a todos nós reconhecer a agilidade com que a Fazenda atuou“, disse em um evento promovido pela FGV.

O chefe do BC ainda reforçou a independência da entidade e afirmou que só tomou conhecimento sobre os detalhes da medida no anúncio. “Quando Haddad fala que não há negociação ou revisão do BC de medidas tomadas pela Fazenda, o ministro demonstra o zelo que ele tem pela separação institucional dos mandatos”.

Apesar da defesa, Galípolo indicou nunca ter tido ‘muita simpatia’ pelas medidas. “Mas isso não implica em nenhum tipo de ingerência ou de reflexo do que a Fazenda deve fazer”, disse.

Mais cedo, Haddad afirmou a decisão de revogar uma parcela das alterações representa uma correção de rota. “Recebemos, depois do anúncio de ontem, uma série de subsídios de pessoas que operam os mercados salientando que aquilo poderia acarretar algum tipo de problema”, pontuou.

Com o primeiro decreto, a equipe econômica projetava arrecadar 20,1 bilhões de reais neste ano. Na prática, a pasta decidiu restaurar um decreto de 2007 que prevê imposto zero para transferências ao exterior relativas a aplicações de fundos de investimento no mercado internacional.

O governo também recuou em relação às remessas de recursos para contas de contribuintes brasileiros no exterior para investimentos, que agora permanecerão sob uma alíquota de 1,1%. “Este é um ajuste na medida — feito com equilíbrio, ouvindo o país, e corrigindo rumos sempre que necessário”, argumentou a Fazenda.

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