Política
Fux contraria Moro e proíbe destruição de provas obtidas por hackers
Ministro da Justiça Sergio Moro havia anunciado que destruiria conteúdo extraído por invasores


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinou, por meio de liminar, nesta quinta-feira 1, a preservação do material obtido pelos hackeamento de celulares de várias autoridades. Além disso, o magistrado pediu, à Polícia Federal, uma cópia do material e a íntegra da investigação da Operação Spoofing.
Fux atendeu a um pedido do PDT, que argumentou que o ministro da Justiça, Sergio Moro, poderia cometer crime ao destruir as provas. A determinação de Fux deve ser validada pelo Plenário do Supremo. Não há data prevista para a sessão.
Moro havia comunicado a autoridades que destruiria as provas, extraídas ilicitamente. O anúncio do ministro gerou reações de especialistas, que questionaram a intervenção de um membro do Poder Executivo nas investigações.
“Há fundado receio de que a dissipação de provas possa frustrar a efetividade da prestação jurisdicional, em contrariedade a preceitos fundamentais da Constituição, como o Estado de Direito e a segurança jurídica. Em acréscimo, a formação do convencimento do Plenário desta Corte quanto à licitude dos meios para a obtenção desses elementos de prova exige a adequada valoração de todo o seu conjunto”, escreveu Fux.
Fux também argumento que evitar a destruição das provas é “essencial”.
“A salvaguarda do acervo probatório é essencial para a adequada elucidação de todos os fatos relevantes, mormente porque a eliminação definitiva de elementos de informação reclama decisão judicial”, afirmou. “Somente após o exercício aprofundado da cognição pelo colegiado será eventualmente possível a inutilização da prova.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

OAB acusa Moro de bancar o ‘chefe de quadrilha’ em caso de hackers
Por CartaCapital
Portaria 666 de Sérgio Moro: o diabo mora nos detalhes
Por Conjunturando
Ação de Sérgio Moro contra Glenn via PF é lawfare, diz advogada
Por André Barrocal
“Você olha para Sergio Moro e não vê a cara da Justiça”, diz escritor
Por Agência Pública