Política

Freixo pede que Procuradoria investigue troca no comando da PF no DF

Deputado diz que a troca seguiu a “agenda política” do presidente e pode configurar advocacia administrativa e prevaricação

Freixo pede que Procuradoria investigue troca no comando da PF no DF
Freixo pede que Procuradoria investigue troca no comando da PF no DF
Jair Bolsonaro na reunião do dia 22 de abril, que foi liberada na íntegra após ser apontada como prova de que o presidente tentou interferir politicamente na Polícia Federal. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) entrou com uma representação na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pedindo a abertura de uma investigação sobre a troca no comando da superintendência regional da Polícia Federal no Distrito Federal.

A dispensa da função do delegado Hugo de Barros Correia foi formalizada na sexta-feira, 8, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em seu lugar, assume o delegado Victor Cesar Carvalho dos Santos, vindo do Rio de Janeiro, reduto da família Bolsonaro. A troca foi determinada pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.

A superintendência do DF é a responsável por duas das principais investigações que hoje preocupam o presidente Jair Bolsonaro: o inquérito das fake news, que mira em apoiadores e aliados bolsonaristas sem prerrogativa de foro, e o que apura se Jair Renan, filho “04” do presidente, cometeu tráfico de influência. A unidade também toca o inquérito administrativo sobre os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral.

Freixo diz que a troca seguiu a “agenda política” do presidente e pode configurar advocacia administrativa e prevaricação. “É algo inaceitável numa democracia a Polícia Federal venha sendo um instrumento quase que particular da família Bolsonaro e dos seus aliados”, escreve o deputado.

A substituição de delegados em postos de comando da Polícia Federal já vem sendo investigada desde que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro deixou o governo acusando o presidente de promover trocas para blindar familiares e aliados de apurações. Na quinta-feira, 7, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 30 dias para a PF tomar o depoimento de Bolsonaro na investigação, considerada a última pendência para apresentação do relatório final.

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