Política
Fortaleza: o candidato do governador contra o da prefeita polarizam a disputa
Segundo turno entre Roberto Claudio (PSB) e Elmano Freitas (PT) devem colocar à prova a aliança nacional entre os dois partidos
Em 2008, a aliança funcionou e Luizianne Lins (PT) foi reeleita prefeita de Fortaleza no primeiro turno. Em 2010, quando foi a vez de Cid Gomes (PSB) buscar a reeleição, novamente a parceria foi um sucesso. Em 2012, depois de oito anos juntos no Ceará, o pacto local entre PT e PSB foi rompido. Cada partido foi para seu lado na eleição em Fortaleza e parece certo que remendar a parceria entre as siglas após as eleições não será uma tarefa fácil.
Fortaleza não é a única grande cidade onde PSB e PT se enfrentam. O mesmo ocorre no Recife e em Belo Horizonte, mas é na capital cearense que os dois partidos devem estar no segundo turno. Segundo números de quarta-feira 3 do Ibope, Roberto Claudio (PSB) tem 25% dos votos, contra 23% de Elmano Freitas (PT). Já o Datafolha do mesmo dia aponta ambos emptadados com 23%. No segundo turno entre os dois, Claudio vai a 43% e Elmano tem 38% no Ibope. É uma disputa acirrada, dentro da margem de erro, que pode aprofundar a rivalidade entre as duas siglas.
O início do período eleitoral foi marcado pela disputa entre Cid Gomes e Luizianne para decidir quem seria o candidato da coalizão. A prefeita não aceitou negociar e decidiu, com apoio da cúpula petista, lançar seu secretário de Educação, Elmano. O presidente do PT, Rui Falcão, tentou intermediar uma negociação com o PSB, em troca de apoio ao candidato escolhido por Cid ao governo em 2014, mas não teve sucesso. O PSB, então, lançou Roberto Claudio, presidente da Assembleia Legislativa cearense.
Com dois desconhecidos na disputa, as portas ficaram abertas para a oposição. Assim, o deputado federal Moroni Torgan (DEM) pulou na frente nos primeiros levantamentos, aproveitando seu alto índice de conhecimento entre os fortalezenses e também suas propostas para a segurança, um problema especialmente grave no Ceará e na capital do Estado.
A polarização entre PSB e PT, entretanto, logo começou a produzir efeitos. Roberto Claudio e Elmano subiram nas pesquisas, enquanto outros candidatos da base aliada federal, como Heitor Férrer (PDT), apoiado por Marina Silva, e Inácio Arruda (PCdoB), não conseguiram decolar. Desde a metade de agosto até a semana da eleição, Moroni perdeu metade de suas intenções de voto e não deve ir ao segundo turno.
O que pode afetar a aliança entre PSB e PT é a troca de acusações lado a lado, algumas pessoais. O PSB insiste na falta de experiência eleitoral de Elmano, que jamais disputou um cargo público. Cid Gomes classificou o petista como “um candidato sem viabilidade, para perder”. Seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, afirmou que Elmano “não existe” e que o ex-presidente Lula está “24 horas por dias no rádio e na televisão”. Militantes do PSB também aproveitam uma frase antiga de Luizianne, a de que elegeria até um “poste” como sucessor, para exibir um adesivo com a inscrição “Poste não, mamãe”.
O PT, por sua vez, critica o que chama de incoerência do PSB. Elmano costuma lembrar que o PSB fez parte da administração municipal por sete anos e meio e, após lançar candidato próprio, decidiu atacar a gestão de Luizianne, uma das que tem pior avaliação entre os prefeitos de capitais. Elmano também atribui a interesses pessoais de Ciro Gomes o rompimento da aliança em 2012.
A disputa entre PSB e PT expôs também fatos que nenhuma das duas siglas deseja trazer à tona. Recentemente, Cid Gomes afirmou que o secretariado municipal era de “faz de conta”. Ao devolver o comentário, um dos secretários acusou Cid de manter ao seu lado secretário estaduais envolvidos no chamado “escândalo dos banheiros”, que envolve irregularidades na construção de kits sanitários no interior do Ceará. O detalhe é que, como mostrou o jornal O Povo, dois dos três secretários são integrantes do PT.
Até aqui, Cid e Ciro, os principais nomes do PSB no Ceará, centram os ataques em Luizianne e Elmano. Lembram que os partidos estão juntos em outros municípios, como Sobral, no interior do Estado. Dizem abertamente que o PT nacional é “parceiro” do PSB e que os socialistas querem “aprofundar as relações entre PT e PSB” no âmbito nacional. O nível de dificuldade desse plano do PSB será decidido, entre outras coisas, com o andar o segundo turno em Fortaleza.
Em 2008, a aliança funcionou e Luizianne Lins (PT) foi reeleita prefeita de Fortaleza no primeiro turno. Em 2010, quando foi a vez de Cid Gomes (PSB) buscar a reeleição, novamente a parceria foi um sucesso. Em 2012, depois de oito anos juntos no Ceará, o pacto local entre PT e PSB foi rompido. Cada partido foi para seu lado na eleição em Fortaleza e parece certo que remendar a parceria entre as siglas após as eleições não será uma tarefa fácil.
Fortaleza não é a única grande cidade onde PSB e PT se enfrentam. O mesmo ocorre no Recife e em Belo Horizonte, mas é na capital cearense que os dois partidos devem estar no segundo turno. Segundo números de quarta-feira 3 do Ibope, Roberto Claudio (PSB) tem 25% dos votos, contra 23% de Elmano Freitas (PT). Já o Datafolha do mesmo dia aponta ambos emptadados com 23%. No segundo turno entre os dois, Claudio vai a 43% e Elmano tem 38% no Ibope. É uma disputa acirrada, dentro da margem de erro, que pode aprofundar a rivalidade entre as duas siglas.
O início do período eleitoral foi marcado pela disputa entre Cid Gomes e Luizianne para decidir quem seria o candidato da coalizão. A prefeita não aceitou negociar e decidiu, com apoio da cúpula petista, lançar seu secretário de Educação, Elmano. O presidente do PT, Rui Falcão, tentou intermediar uma negociação com o PSB, em troca de apoio ao candidato escolhido por Cid ao governo em 2014, mas não teve sucesso. O PSB, então, lançou Roberto Claudio, presidente da Assembleia Legislativa cearense.
Com dois desconhecidos na disputa, as portas ficaram abertas para a oposição. Assim, o deputado federal Moroni Torgan (DEM) pulou na frente nos primeiros levantamentos, aproveitando seu alto índice de conhecimento entre os fortalezenses e também suas propostas para a segurança, um problema especialmente grave no Ceará e na capital do Estado.
A polarização entre PSB e PT, entretanto, logo começou a produzir efeitos. Roberto Claudio e Elmano subiram nas pesquisas, enquanto outros candidatos da base aliada federal, como Heitor Férrer (PDT), apoiado por Marina Silva, e Inácio Arruda (PCdoB), não conseguiram decolar. Desde a metade de agosto até a semana da eleição, Moroni perdeu metade de suas intenções de voto e não deve ir ao segundo turno.
O que pode afetar a aliança entre PSB e PT é a troca de acusações lado a lado, algumas pessoais. O PSB insiste na falta de experiência eleitoral de Elmano, que jamais disputou um cargo público. Cid Gomes classificou o petista como “um candidato sem viabilidade, para perder”. Seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, afirmou que Elmano “não existe” e que o ex-presidente Lula está “24 horas por dias no rádio e na televisão”. Militantes do PSB também aproveitam uma frase antiga de Luizianne, a de que elegeria até um “poste” como sucessor, para exibir um adesivo com a inscrição “Poste não, mamãe”.
O PT, por sua vez, critica o que chama de incoerência do PSB. Elmano costuma lembrar que o PSB fez parte da administração municipal por sete anos e meio e, após lançar candidato próprio, decidiu atacar a gestão de Luizianne, uma das que tem pior avaliação entre os prefeitos de capitais. Elmano também atribui a interesses pessoais de Ciro Gomes o rompimento da aliança em 2012.
A disputa entre PSB e PT expôs também fatos que nenhuma das duas siglas deseja trazer à tona. Recentemente, Cid Gomes afirmou que o secretariado municipal era de “faz de conta”. Ao devolver o comentário, um dos secretários acusou Cid de manter ao seu lado secretário estaduais envolvidos no chamado “escândalo dos banheiros”, que envolve irregularidades na construção de kits sanitários no interior do Ceará. O detalhe é que, como mostrou o jornal O Povo, dois dos três secretários são integrantes do PT.
Até aqui, Cid e Ciro, os principais nomes do PSB no Ceará, centram os ataques em Luizianne e Elmano. Lembram que os partidos estão juntos em outros municípios, como Sobral, no interior do Estado. Dizem abertamente que o PT nacional é “parceiro” do PSB e que os socialistas querem “aprofundar as relações entre PT e PSB” no âmbito nacional. O nível de dificuldade desse plano do PSB será decidido, entre outras coisas, com o andar o segundo turno em Fortaleza.
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