Política

Força-tarefa da Lava Jato repudia novo vazamento: “notícia falsa”

Coordenadores da Operação negam troca de procuradores após orientação de Moro; Glenn Greenwald diz que nota não refuta reportagem

Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O Ministério Público Federal (MPF) rechaçou as especulações sobre a troca na bancada acusatória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por orientação do ex-juiz Sergio Moro. A suspeita ocorre a partir de novo vazamento noticiado pelo jornalista Reinaldo Azevedo, na rádio BandNews, e pelo site The Intercept Brasil, na quinta-feira 20. Segundo o material veiculado, instruções de Moro na Operação Lava Jato teriam resultado na exclusão da procuradora Laura Tessler da equipe de acusação em audiência de Lula, realizada em 10 de maio de 2017.

Em nota publicada nesta sexta-feira 21, a força-tarefa da Lava Jato afirmou que se trata de uma “notícia falsa” e nega mudança de procuradores no caso do tríplex do Guarujá. O MPF alega que Laura participou, na manhã de 13 de março de 2017, de audiência em ação penal em que o acusado era o ex-ministro Antônio Palocci. O órgão também declara que a procuradora realizou na tarde do mesmo dia e esteve presente em todas as sessões posteriores do caso, nos dias 14, 15, 21 e 22 de março de 2017.

Na sequência, a nota informa que os procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon, presentes na audiência de 10 de maio que interrogou Lula, também participaram das principais medidas investigatórias do caso em 4 de março de 2016, estiveram na exposição pública do conteúdo da denúncia em 14 de setembro de 2016 e fizeram parte de 16 das 18 audiências judiciais do caso ao longo de 2017.

A força-tarefa classificou a publicação do jornalista Reinaldo Azevedo como “desrespeitosa, mentirosa e sem contexto” e acusou-o de não realizar devida apuração. “Para suas absurdas conclusões, o blogueiro usou material cuja autenticidade não foi confirmada, reforçando o aparente intuito de criar notícias às custas de publicações que distorcem supostas conversas entre autoridades, atacando o Sistema de Justiça e as instituições da República, na mesma linha do que verificado nos ataques cibernéticos”.

“Acusação não refuta reportagem”, diz Greenwald

O vazamento da última sexta-feira retoma mensagens já publicadas em 9 de junho. Segundo o conteúdo, Moro teria dito ao procurador Deltan Dallagnol que a acusadora Laura Tessler era uma excelente profissional, mas, em audiências de inquirição, “não vai muito bem”.

Conforme os novos diálogos divulgados, Dallagnol teria repassado a mensagem de Moro ao procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. A partir de então, os dois teriam combinado excluir a profissional da audiência de Lula, dois meses depois. Segundo Azevedo, os vazamentos revelam parcialidade do juiz no caso, por entender que os conselhos de Moro resultaram na alteração da equipe acusatória.

Após a nota de repúdio do MPF, o jornalista Glenn Greenwald foi ao Twitter rebater a tese de que a publicação é uma notícia falsa. “Esta acusação furiosa contra Reinaldo Azevedo não aborda nem refuta a reportagem dele: Laura Tessler foi impedida de participar do depoimento de Lula depois que seu ‘chefe’, Juiz Moro, ordenou que você a substituísse. Diga-nos, Deltan: Laura estava no depoimento de Lula?”, indagou.

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