Foco de Lula será a prevenção de desastres como o do litoral de São Paulo, dizem ministros

O foco do governo Lula é reformular as políticas públicas e o monitoramento em áreas de risco para evitar desastres como o que ocorreu no litoral norte de São Paulo durante o Carnaval, segundo os ministros Márcio França, dos Portos e Aeroportos; Waldez Góes, da Integração de Desenvolvimento Regional; e Sônia Guajajara, dos Povos Originários.

“O objetivo do presidente Lula é que a gente reformule a fórmula anterior de ‘deixar acontecer’ para depois dar conta da situação”, disse França em coletiva de imprensa. “Estamos aqui para evitar que as coisas aconteçam no litoral de São Paulo.”

Os ministros se reuniram nos últimos dias com prefeitos de municípios paulistas atingidos pelas chuvas para receberem demandas relacionadas à reconstrução das áreas destruídas, além de medidas para retirar os moradores que seguem em áreas de risco.

“Nós viemos delinear esse novo formato e ficou decidido que, daqui a 15 dias, todos os prefeitos e deputados que estavam aqui presentes irão a Brasília para a gente fazer um checklist de tudo o que eles pediram e pleitearam, para o ministro Waldez verificar as liberações”, emendou França.

O governo Lula estima que disponibilizará mais de 120 milhões de reais aos municípios do litoral norte de São Paulo. Até aqui, foram empregados cerca de 60 milhões, conforme anunciou na véspera Waldez Góes.

Na coletiva desta quinta, França ainda disse que uma equipe fiscaliza os dutos de transporte de petróleo da Petrobras a fim de verificar se houve algum dano nas estruturas.

Góes, por sua vez, reforçou a necessidade de pensar em um plano de avisos e estratégias locais para monitoramento de tragédias.

“Vamos avançar cada vez mais na questão do monitoramento, pactuar isso com todos os níveis de poder, estruturar sistema de alerta, sistema de sirenes. Mas não é só a tecnologia, é a educação. Precisamos entender e exercer a orientação.”

Na quinta 23, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que sua gestão instalará sirenes em áreas sob risco de deslizamentos no estado.

“Vamos instalar o sistema de sirenes, que já existem em outros estados. E não adianta instalar o sistema de sirenes se não tiver capacitação, se não tiver treinamento. Porque disparou a sirene a pessoa tem que saber para onde ir, qual o ponto de apoio, tem que ter confiança de que o suprimento vai chegar no ponto de apoio”, disse o governador em coletiva.

O número de mortes no litoral norte paulista subiu para 54, segundo um balanço divulgado pela Defesa Civil nesta sexta. São 53 mortos em São Sebastião e um em Ubatuba.