Foças Armadas não entregaram 85% dos alimentos destinados aos Yanomamis, diz site

Das 4904 cestas pedidas pela Funai ao governo federal, apenas 761 foram entregues pelo Exército e pela FAB

Foto de criança Yanomami desnutrida virou símbolo da tragédia humanitária vivida pelo povo Foto: Divulgação

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As Forças Armadas deixaram de entregar pelo menos 85% das cestas alimentares destinadas ao povo Yanomami desde o dia 2 de fevereiro. A informação é do portal The Intercept.

Na data, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas encaminhou ofício ao Ministério da Defesa pedindo ajuda logística para a distribuição de pelo menos 4904 cestas, que já estavam em Roraima e deveriam ser entregues para as 243 comunidades.

No entanto, até o momento, apenas 761 cestas foram entregues pelas Forças Armadas, menos de 15,5% dos alimentos armazenados.

A crise humanitária e sanitária que vive o povo yanomami escalou nos últimos anos.

Por lá, ao menos 570 crianças morreram por doenças evitáveis – 100 delas em 2022 – e os indígenas convivem com fome, malária e outros diversos problemas de saúde causados pelo avanço do garimpo ilegal.

A omissão do governo anterior, que ignorou 21 pedidos de ajuda aos indígenas, é apontada como fator principal na situação registrada em Roraima, bem como a leniência com o avanço dos garimpeiros na região.


Segundo o site, que teve acesso ao galpão de armazenamento da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, órgão do Ministério da Agricultura, em Boa Vista, as entregas foram feitas em dias espaçados e em baixas quantidades.

Conforme levantamento da presidente da Funai, Joenia Wapichana, as Forças Armadas deveriam distribuir 3.136 cestas em uma semana, número cinco vezes maior do que aquele entregue pelo Exército em 13 dias.

Questionado, o Ministério da Defesa afirmou que “não haviam mais cestas a serem transportadas”, mas fontes ouvidas pelo portal desmentem essa informação.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 17 de fevereiro de 2023 19h25
essa é a vantagem de colocar um ministro da defesa subserviente as nossas forças armadas. militares só obedecem a militares, mesmo que seja um psicopata, como bolsonaro. é uma tarefa dificil, mas o governo lula precisa procurar um militar nacionalista, não mercenário, que compreenda bem os problemas e acabe com essa indisciplina latente. já passou da hora de acabar com hospitais, tribunais e outras vantagens absurdas para militares, ao mesmo tempo que cessar a prática de usar praças para serviços domésticos da elite militar.

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