Política

FHC: ‘Serra é capaz de demonstrar amor’

O ex-presidente se une a artistas e intelectuais, como Agnaldo Timóteo, em ato de apoio ao candidato tucano em SP

FHC fez o primeiro evento na campanha ao lado de José Serra. Foto: Divulgação
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estreou na campanha de José Serra (PSDB) à prefeitura de São Paulo em evento com a “classe artística” nesta terça-feira 18 em um cinema da avenida Paulista. O encontro teve a participação de artistas e intelectuais como o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, o cantor Agnaldo Timóteo, a atriz Bruna Lombardi, o maestro Julio Medaglia, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer e o ator Odilon Wagner.

Fernando Henrique fez um discurso lembrando sua relação com Serra desde quando ele era “um jovem de olhos esbugalhados”. Em dois momentos distintos, ele usou as palavras “amor” e “carinho” para falar do candidato que ostenta hoje o maior índice de rejeição em São Paulo (46%).

“O Serra tem uma característica que precisa ser ressaltada: ele se dá bem com as crianças. Pode parecer fora de moda e inapropriado falar disso, mas não é.”

O ex-presidente também tentou amenizar a fama de antipático do candidato. “O Serra é uma pessoa que é capaz de expressar amor do jeito que ele é, que é um jeito que disfarça as virtudes.”

Fernando Henrique continuou o discurso falando da dificuldade de explicar às pessoas que São Paulo é “uma cidade que é carinhosa e tem carinho”. “Há uma ambiguidade entre a necessidade de realizar e a necessidade de sentir que a realização por si só não basta. É preciso amor”.

Serra: “às vezes FHC não tem nenhuma opinião brilhante”

Ao discursar no final do evento, Serra também se referiu várias vezes à sua relação com o ex-presidente, de quem foi ministro da Saúde e do Planejamento. “O Fernando Henrique divulgou coisas minhas, ‘calúnias’ que pegaram no Brasil. Uma delas é que eu só vi uma  vaca com 50 anos de idade, coisa que me deu um trabalho enorme na campanha quando ia para o agronegócio. Eu não vi uma vaca com 50 anos, mas com 17 anos”. Serra também creditou sua fama de centralizador ao ex-presidente. “Todos que estiveram comigo sabem que isso não é verdade.”

O candidato tucano falou também das “boas” características do ex-presidente. “Eu invejo várias coisas do Fernando Henrique. Uma delas é que todo mundo que vai conversar com ele sai feliz da vida. Às vezes ele não tem nenhuma opinião brilhante, mas a pessoa sai se achando o máximo.”

Antes de acabar sua fala, Serra lembrou o julgamento do chamado “mensalão” no Supremo Tribunal Federal. Ao falar, de novo, que o PT é o “bolchevismo sem utopia”, o candidato aproveitou para alfinetar algumas pessoas do seu partido que já foram de esquerda.  “O bolchevismo tinha pelo menos a utopia da igualdade, não importa se não fizeram. Foi assim que o Fernando Henrique foi comuna, o Goldman, não foi? Walter Feldman, Edson Aparecido. Se vamos aqui dedar (todo mundo), só eu saio dessa.”

“Que buquê, que clarividência, que brilho!”

Os elogios dos artistas e intelectuais aos tucanos aconteceram entre os dois discursos. O ex-ministro da Justiça José Gregori elogiou o discurso de Fernando Henrique Cardoso. “Que buquê, que clarividência, que brilho!”

A atriz Bruna Lombardi lembrou da volta de FHC e Serra do exílio. “A gente tinha um país medieval, voltado para as trevas. E eu vi esses dois, e lutei na medida que eu podia, para trazer esse iluminismo que a gente está lutando para preservar. Eu não sei se a gente vai conseguir preservar esse momento de renascença cultural sem essas pessoas que são essenciais por isso.”

O manifesto de apoio a Serra lido pelos artistas segue a mesma linha adotada pela campanha. Ele defende, por exemplo, que o tucano não vai abandonar o seu mandato mais uma vez. “Estamos com Serra para cuidar de São Paulo por quatro anos. Pelo menos! Com nosso apoio!”.

O texto também vai contra a ideia de “novo” trazida na campanha por Haddad. “Não aceitamos o que é velho na política. Velho é explorar as dificuldades do nosso povo só para conquistar votos. Velho é fazer promessas que não vão se cumprir.”

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estreou na campanha de José Serra (PSDB) à prefeitura de São Paulo em evento com a “classe artística” nesta terça-feira 18 em um cinema da avenida Paulista. O encontro teve a participação de artistas e intelectuais como o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, o cantor Agnaldo Timóteo, a atriz Bruna Lombardi, o maestro Julio Medaglia, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer e o ator Odilon Wagner.

Fernando Henrique fez um discurso lembrando sua relação com Serra desde quando ele era “um jovem de olhos esbugalhados”. Em dois momentos distintos, ele usou as palavras “amor” e “carinho” para falar do candidato que ostenta hoje o maior índice de rejeição em São Paulo (46%).

“O Serra tem uma característica que precisa ser ressaltada: ele se dá bem com as crianças. Pode parecer fora de moda e inapropriado falar disso, mas não é.”

O ex-presidente também tentou amenizar a fama de antipático do candidato. “O Serra é uma pessoa que é capaz de expressar amor do jeito que ele é, que é um jeito que disfarça as virtudes.”

Fernando Henrique continuou o discurso falando da dificuldade de explicar às pessoas que São Paulo é “uma cidade que é carinhosa e tem carinho”. “Há uma ambiguidade entre a necessidade de realizar e a necessidade de sentir que a realização por si só não basta. É preciso amor”.

Serra: “às vezes FHC não tem nenhuma opinião brilhante”

Ao discursar no final do evento, Serra também se referiu várias vezes à sua relação com o ex-presidente, de quem foi ministro da Saúde e do Planejamento. “O Fernando Henrique divulgou coisas minhas, ‘calúnias’ que pegaram no Brasil. Uma delas é que eu só vi uma  vaca com 50 anos de idade, coisa que me deu um trabalho enorme na campanha quando ia para o agronegócio. Eu não vi uma vaca com 50 anos, mas com 17 anos”. Serra também creditou sua fama de centralizador ao ex-presidente. “Todos que estiveram comigo sabem que isso não é verdade.”

O candidato tucano falou também das “boas” características do ex-presidente. “Eu invejo várias coisas do Fernando Henrique. Uma delas é que todo mundo que vai conversar com ele sai feliz da vida. Às vezes ele não tem nenhuma opinião brilhante, mas a pessoa sai se achando o máximo.”

Antes de acabar sua fala, Serra lembrou o julgamento do chamado “mensalão” no Supremo Tribunal Federal. Ao falar, de novo, que o PT é o “bolchevismo sem utopia”, o candidato aproveitou para alfinetar algumas pessoas do seu partido que já foram de esquerda.  “O bolchevismo tinha pelo menos a utopia da igualdade, não importa se não fizeram. Foi assim que o Fernando Henrique foi comuna, o Goldman, não foi? Walter Feldman, Edson Aparecido. Se vamos aqui dedar (todo mundo), só eu saio dessa.”

“Que buquê, que clarividência, que brilho!”

Os elogios dos artistas e intelectuais aos tucanos aconteceram entre os dois discursos. O ex-ministro da Justiça José Gregori elogiou o discurso de Fernando Henrique Cardoso. “Que buquê, que clarividência, que brilho!”

A atriz Bruna Lombardi lembrou da volta de FHC e Serra do exílio. “A gente tinha um país medieval, voltado para as trevas. E eu vi esses dois, e lutei na medida que eu podia, para trazer esse iluminismo que a gente está lutando para preservar. Eu não sei se a gente vai conseguir preservar esse momento de renascença cultural sem essas pessoas que são essenciais por isso.”

O manifesto de apoio a Serra lido pelos artistas segue a mesma linha adotada pela campanha. Ele defende, por exemplo, que o tucano não vai abandonar o seu mandato mais uma vez. “Estamos com Serra para cuidar de São Paulo por quatro anos. Pelo menos! Com nosso apoio!”.

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