Política

FHC pede que Bolsonaro “se cale” se não “souber falar”

Em artigo, ex-presidente diz que vivemos tempos “estranhos” quando nos surpreendemos pelo governo não ter criado polêmicas na semana passada

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Foto: Arquivo
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Em um artigo publicado neste domingo 5 no jornal O Estado de S.Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) afirma que o Brasil vive “tempos confusos” a ponto de se estranhar que não tenha havido nenhuma confusão nova no governo de Jair Bolsonaro na última semana.

O tucano escreve que, como “o líder maior” é tão importante que o atual presidente “se não souber falar, se tiver dúvidas”, que “se cale. Como nesta última semana. Melhor, contudo, é que se emende e fale coisas sensatas, que cheguem ao coração e façam sentido na cabeça das pessoas razoáveis”.

“Se pudesse eu lhe diria: presidente, não fale; ou melhor, pense nas consequências de suas falas, independentemente de suas intenções. Não adianta espernear: vão dizer que a ‘culpa’ é sua, seja ou não. E, no fundo, é sua mesma. Não se trata de culpa individual, mas política. Quem forma o governo (sob circunstâncias, é claro) é o presidente. A boca também é dele. Logo, queiramos ou não, sempre haverá quem pense que o presidente é responsável”, escreveu FHC.

O ex-presidente criticou ainda o atual ocupante do cargo pelas diversas trocas de ministros nas pastas da Saúde e Educação “sem se dar ao luxo de explicar melhor ao País as razões” e disse ser “mais necessário do que nunca que haja lideranças” neste momento de crises de saúde pública e econômica.

Segundo FHC, a confusão política durante a pandemia do novo coronavírus “foi coisa inventada pelo próprio presidente e seus fanáticos” e que o governo federal “desconsiderou os riscos da situação epidêmica no início e, depois, passou o bastão às autoridades locais”.

“Governo que não tem rumo nas principais áreas sociais dificilmente encontrará a lanterna mágica para nos levar a bom porto. Não são apenas pessoas mal escolhidas. É a falta de projetos, de esperança, o que nos sufoca”, escreveu.

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