Política

Feliciano diz que só renuncia se Genoino deixar a CCJ

A reunião entre líderes partidários foi mais uma vez inconclusiva sobre a permanência de Feliciano à frente da comissão

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Marco Feliciano, após reunião de líderes partidários no gabinete da presidência da Câmara. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

Após quase duras horas de reunião, o colégio de líderes partidários novamente não chegou a conclusão a respeito da permanência do deputado Marco Feliciano (PSC) na presidência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara. Com o colégio dividido, Feliciano manteve sua disposição de continuar na presidência da comissão e saiu fortalecido.

O único revés do pastor durante o encontro foi ceder aos apelos para que a realização de reuniões fechadas na comissão não seja uma regra. O que não significa dizer que elas serão sempre abertas.

Sob um ambiente de forte tensão, o pastor chegou a dizer, em tom de deboche, que só deixaria a presidência da comissão se João Paulo Cunha (PT) e José Genoino (PT), condenados no processo do “mensalão”, saíssem da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Ao final, o placar terminou em empate. Do lado que defende a permanência de Feliciano no cargo figuram os líderes de PMDB, PR, PSD, PRB e PMN. Do outro lado, além do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), estão os representantes de PT, PPS, PDT, PCdoB e PSOL. Alguns líderes não se pronunciaram.

 

O PSDB optou por não participar do encontro após avaliar que não havia saída regimental para resolver o problema.

Vítima

Segundo o relato de parlamentares, Feliciano portou-se como vítima de uma perseguição. A ponto de pedir “misericórdia” aos adversários. O pastor também disse que irá se policiar mais em declarações futuras; ao mesmo tempo, cedeu apenas ao apelo para que recuasse da decisão de fechar todas as reuniões da comissão. Feliciano ressaltou que pode recorrer novamente a medidas como a retirada de manifestantes ou a mudança de plenário caso os protestos impeçam o trabalho do colegiado.

Em face disso, os deputados contrários à permanência de Feliciano agora buscam uma alternativa regimental para permitir a retirada de um presidente de comissão. Pelas regras atuais, isso só é possível ao final de um processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo