Federação de centro-esquerda pode nascer sem resolver todos os impasses, diz presidenta do PCdoB

A eleição em São Paulo segue no centro das divergências; pesquisas podem clarear o caminho, afirma Luciana Santos

A nova ministra Luciana Santos. Foto: Divulgação

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A presidenta nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, afirmou nesta terça-feira 8 que a federação composta, além de seu partido, por PT, PSB e PV pode ser oficializada mesmo sem a resolução de todos os impasses que marcam o atual estágio da negociação.

“A nossa unidade é que pode derrotar a agenda bolsonarista. Eu sou otimista, acho que as diferenças são secundárias, as coisas que nos unem são muito maiores. Acho que vamos atravessar bem”, disse Santos em entrevista a CartaCapital no YouTube.

Questionada sobre a falta de acordo em estados, ela disse haver “um entendimento de que a primazia é de quem está no governo”. O problema, como em São Paulo, “é quando nem um nem outro está no poder”.

Nesse caso, Luciano Santos avalia que há “muitas variáveis” em jogo, como a colocação dos potenciais candidatos em pesquisas eleitorais e a capacidade de construir uma aliança.

“Mas acredito que algumas equações eleitorais podem ficar pendentes lá para frente. Aquilo que a gente não conseguir resolver no prazo [de oficialização da federação] podemos adiar um pouco. O entendimento tem de ser do conjunto da obra.”

Em Pernambuco, estado governado pelo PSB, houve um avanço: o PT abriu mão de levar adiante a candidatura do senador Humberto Costa e, agora, a tendência é de que o candidato da federação seja o deputado federal Danilo Cabral, chancelado pelo governador Paulo Câmara.


Um aspecto que joga contra as articulações é o tempo. Neste momento, as determinações do Tribunal Superior Eleitoral fazem com que os partidos tenham de resolver toda a burocracia da federação até 1º de março – uma data-limite considerada inviável.

Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal retoma o julgamento de pedidos apresentados por legendas, como o PT, para estender o prazo de oficialização das federações. As siglas pedem que se restabeleça o prazo previsto na lei que criou a nova modalidade de aliança partidária, ou seja, agosto.

Na próxima quinta-feira 10, as cúpulas de PT, PSB, PCdoB e PV voltarão a se reunir para tentar avançar nas tratativas para formar a federação.

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1 comentário

Paulo Roberto Isaías 9 de fevereiro de 2022 12h19
Todos os partidos de esquerda devem ter hoje um objetivo comum: derrotar bolsonaro. Isso, noentanto, não resolve a situação, principalmente do povo pobre. Há necessidade de tentar maioria no Parlamento. É uma tarefa quase impossível. Desde o Brasil Colônia o Parlamento sempre o Parlamento foi do rico. A esquerda sempre ficou somente com 20%. Um dos motivos da corrupção está nesse fato. Há muito quem tem voto é o Lula. Em seguida, vem o PT, bem longe e depois, com cerca de 5%, os demais partidos de esquerda. Sem alianças com o centro nao há como enfrentar a sanha do rico para diminuir a desigualdade social. O protagonismo do Lula existe e isto cria um problema com os demais atores políticos. É importantíssimo resolver essa questão. Como todos já sabem, a herança que Bolsonaro deixará para 2023 é a pior que um governo no Brasil deixou para o posterior. Estamos no abismo. Sem entendimento, a miséria tomará conta do Brasil.

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